
Depois de ter finalizado a venda de duas carteiras de crédito malparado, o Novo Banco tentou vender mais uma: a dívida do construtor José Guilherme de 121 milhões de euros com um desconto de 97%. A operação acabou por ser recusada pelo Fundo de Resolução.
A justificação para a recusa desta operação foi simples: o Fundo de Resolução reconheceu o risco de o construtor recomprar a dívida por um valor “irrisório”. Isto porque o crédito não produtivo de José Guilherme seria vendido a um fundo internacional por apenas 3,9 milhões de euros, ou seja, 3% do seu valor bruto sem incluir imparidades, avançou o Correio da Manhã.
Este foi um dos créditos não produtivos que estava inicialmente incluído no “projeto Harvey” do Novo Banco, um portfólio de Non-Performing Loans (NPL - na sigla inglesa) que ficou conhecido por englobar dívidas de grandes empresas, como é o caso do Grupo Lena e a Urbanos de Alfredo Casimiro. Mais tarde, a dívida de José Guilherme foi excluída da carteira a pedido do Fundo de Resolução, segundo noticiou o Jornal Económico no final de novembro de 2021.
Já reduzido, o “projeto Harvey” acabou por ser vendido na reta final do ano a uma entidade detida por sociedades afiliadas pela AGG Capital e pela Deva Capital, tal como noticiou o idealista/news. O valor do negócio fixou-se nos 52,3 milhões de euros, ou seja, cerca de um terço do valor bruto contabilístico de 164,4 milhões de euros registado em setembro de 2021, segundo referiram em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Na semana anterior, o Novo Banco também havia concluido a venda do "Projeto Orion" a um consórcio de fundos geridos por West Invest UK Limited Partnership e LX Investment Partners III. Trata-se de um portfólio que compreende mais de 12 mil empréstimos e, a setembro de 2021, o seu valor nominal ascendia a 231,3 milhões de euros. Já o valor de venda fixou-se nos 64,7 milhões de euros.
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