Volume de absorção na capital recuou 59% face a 2022, tendo a queda homóloga na cidade Invicta sido menos expressiva (14%).
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Ocupação de escritórios em Lisboa
Foto de Alexandre Contador na Unsplash

No final de 2023, o mercado de escritórios de Lisboa somou um volume de absorção de 112.474 metros quadrados (m2), o que representa uma quebra de 59% face ao ano anterior. Uma descida que está “em linha com o que foi observado noutros mercados europeus de escritórios”, indica a Savills. Também no Porto se verificou um abrandamento: registou-se um volume de absorção total de 50.048 m2, que se traduz numa descida de 14% em termos homólogos. “Ainda assim, a cidade Invicta manteve um nível de atividade resiliente, contabilizando 64 operações, 12 das quais com áreas acima dos 1.000 m2”, conclui a consultora.

No caso de Lisboa, os resultados foram “fortemente” impactados “pela estreita comparação com os números históricos e inflacionados de 2022, ano em que foram registadas operações de grande dimensão em regime de pré-arrendamento”, explica a empresa em comunicado, adiantando que foram realizadas 152 operações em 2023, com uma área média de 740 m2.

“A taxa de disponibilidade fixou-se nos 9,33%, número que reflete uma subida tendo em conta os 8,25% observados no final de 2022, um crescimento decorrente da tendência ‘flight to quality’, com as empresas a procurarem melhores localizações e edifícios que apresentem determinados critérios de ESG & Sustentabilidade”, acrescenta a Savills. 

Relativamente à ‘prime rent’, encerra o ano nos 28 euros por m2 por mês, o que representa uma subida de 8% face a 2022. Já a renda média para a zona Prime CBD encerrou nos 23,81 euros por m2 por mês, que representa uma subida de 9% face a 2022.

"(...) Espera-se que Lisboa receba, nos próximos dois anos, um 'pipeline' de cerca 280.000 m2, um número que confirma o enorme potencial da capital portuguesa para este segmento"
Frederico Leitão de Sousa, Head of Offices da Savills

Para Frederico Leitão de Sousa, Head of Offices da Savills, “2023 foi um ano marcado pelo contexto macroeconómico desafiante nas várias geografias europeias, o que acabou por impactar o mercado imobiliário nacional”. Foi também, no entanto, “um ano marcado pelo dinamismo do segmento de escritórios que, mesmo em clima de incerteza, permaneceu atrativo, inclusive com subida da prime rent”, acrescenta.  

“(…) Espera-se que Lisboa receba, nos próximos dois anos, um 'pipeline' de cerca 280.000 m2, um número que confirma o enorme potencial da capital portuguesa para este segmento”, conclui o responsável.

Ocupação de escritórios no Porto
Foto de Rui Alves na Unsplash

Porto mais resiliente que Lisboa

No que diz respeito ao mercado de escritórios do Porto, registou, no final de 2023, um volume de absorção total de 50.048 m2, que representa uma descida de 14% face a 2022. “Ainda assim, a cidade Invicta manteve um nível de atividade resiliente, contabilizando 64 operações, 12 das quais com áreas acima dos 1.000 m2”, refere a Savills. 

A ‘prime rent’ na cidade Invicta manteve-se estável nos 18 euros por m2 por mês, mas regista já uma trajetória ascendente em 2024, tendo a renda média subido 4% – situou-se, no final de 2023, nos 16,46 euros, na Zona CBD Boavista.

“Para os próximos dois anos, a cidade do Porto contará com um pipeline bastante expressivo ligeiramente superior a 90.000 m2, cujos principais projetos serão o Matadouro, o VIVA Offices e o Mutual”, lê-se na nota enviada pela Savills às redações. 

Segundo Graça Ribeiro Cunha, Offices Associate da Savills Porto, “o mercado de escritórios do Porto continua estável relativamente à ocupação de escritórios”, apesar de ter ocorrido uma queda em termos homólogos, que é justificada pelo desequilíbrio entre a procura e a oferta. 

“Para 2024, os novos projetos em 'pipeline', pautados pelo seu elevado grau de exigência (certificação, conforto, sustentabilidade) e pela sua dimensão e localização, irão seguramente reunir uma forte atratividade. Espera-se também uma subida da ‘prime rent’, já que alguns dos novos projetos refletem já uma renda ‘asking’ de 20 euros por m2”, conclui a responsável.

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