
o relatório de primavera 2012, elaborado pelo observatório português dos sistemas de saúde (opss), que será apresentado nesta quinta-feira, na fundação calouste gulbenkian, em lisboa, analisa com detalhe os efeitos da crise e das medidas tomadas no âmbito do memorando de entendimento com a “troika” no vasto sector da saúde e deixa alguns alertas e críticas, mas também elogios à actuação do governo
segundo o jornal público, no relatório “crise & saúde – um país em sofrimento”, sobressai a suspeita de “indícios de que podem estar a ocorrer situações de racionamento implícito nos serviços públicos de saúde”, a denúncia sobre as “designadas ‘taxas moderadoras’ que não o são” e o aviso sobre os “sérios riscos de degradação” que enfrenta a reforma dos cuidados de saúde primários — a mais importante reforma do serviço nacional de saúde das últimas décadas
uma das principais falhas apontadas pelo grupo de trabalho do opss é a ausência de uma análise prévia do impacto sobre a saúde das várias medidas tomadas em tempo de crise. “é compreensível que num primeiro momento de grande pressão se tomem medidas de carácter exclusivamente financeiro, mas isso já não se justifica seis meses ou um ano depois”, lê-se no documento
o opss reconhece que o ministério da saúde “executou bem grande parte das medidas” exigidas pela “troika”. decisões tomadas “num contexto difícil, num tempo limitado, com alguns resultados palpáveis”. mas, referem, foram “arrastados pela lógica do curto prazo e pela falta de enquadramento, em políticas de saúde”
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