
há cada vez mais arquitectos portugueses a emigrar ou a mudar de profissão. trata-se de uma (mais uma) consequência da crise que vive o sector imobiliário e da construção. e os números não deixam dúvidas: só no ano passado, cerca de 800 arquitectos (uma média de dois por dia) suspenderam a actividade na ordem dos arquitectos (oa) e mais 404 (uma média de sete por semana) pediram certificados para a prática profissional no estrangeiro. joão rodeia, presidente da oa, estima que os números podem aumentar este ano e acusa o governo de não assegurar estratégias que minimizem o impacto da crise
"neste momento, os arquitectos sentem-se muito desamparados e estão muito zangados com o governo. não posso falar por todos, mas posso falar da ausência de uma política do governo por parte da construção, no seu todo, e por parte da arquitectura, no particular”, lamentou o responsável
citado pelo expresso, o presidente da oa revela que a entidade está a ultimar um inquérito detalhado que pretende ser uma radiografia da profissão. apesar de os dados serem ainda preliminares, os sinais são de alerta. “não estamos ainda ao nível de espanha, onde mais de 50% dos ateliês de arquitectura já encerraram, mas caminhamos para uma situação tão dramática quanto essa. apesar de ficar com uma salvaguarda de confirmação, foi-me transmitido que, para a realização deste inquérito à profissão, um em cada três ateliês contactados está fechado ou parado e em vias de fechar”, adiantou
uma das soluções sugeridas por joão rodeia para garantir algum dinamismo neste sector de actividade passa por apostar na concessão de edifícios estatais: “em portugal, o estado dá-se ao luxo de vender o património em vez de o rentabilizar, concessionando-o"
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