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Jaime Ouro: "O futuro do imobiliário em Portugal tem de passar por parcerias e uma maior unidade dos agentes"
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No âmbito do primeiro curso de marketing imobiliário do idealista.pt, que se realiza amanhã em Lisboa, entrevistámos, desta vez, Jaime Ouro, administrador desta imobiliária da zona.

A Jaime Ouro é uma empresa de mediação imobiliária com 25 anos de história, que nasceu no início dos anos 90, em plenos "anos dourados" do imobiliário em Portugal, com o "boom" do crédito à habitação. Hoje, os tempos são outros, com uma forte crise económica e financeira como pano de fundo. "Temos de ser criativos e saber a dar volta, adaptando-nos à nova realidade, porque os negócios já não caem no colo dos agentes imobiliários como quando fundei a empresa e não tínhamos mãos a medir", diz Jaime Ouro ao idealista News PT.

Responsável pela gestão de uma carteira com mais de 700 imóveis para venda, sobretudo na zona de Sintra (Grande Lisboa), Jaime Ouro está otimista quanto à evolução do mercado português de imobiliário, considerando que "está num momento de viragem", mas "apenas gradual e não radical".

Com saudades dos "tempos áureos passados", em que houve momentos de ter equipas a funcionar em escalas de sete dias por semana para dar resposta a todas as solicitações (sobretudo promoção e venda de imóveis novos), Jaime Ouro é, no entanto, pragmático quanto ao futuro do setor imobiliário em Portugal: "Tem de passar por mais parcerias e uma maior unidade dos agentes de mercado, porque afinal o mais importante para todos é não se perderem negócios".

O administrador desta imobiliária explica que "muitas vezes um mediador tem receio de perder a autonomia", porém, no seu entender, "é preciso começar-se a olhar para o mercado de uma forma mais global, para partilhar imóveis e clientes, numa lógica de parcerias". E, "felizmente, a mentalidade está a mudar, porque as condições assim o obrigam, e começa a haver já vontade para se trabalhar desta forma e não isoladamente", relata.

Imóveis da banca alimentam negócio e permitem "navegação à vista"

Cerca de 40% das mais de sete centenas de imóveis que a Jaime Ouro tem para venda foram "herdados" da banca. Com o estalar da crise, há cerca de quatro anos, os bancos começaram uma nova atividade imobiliária com as retomas de casas, para limpar os balanços, "No início parecia que iam ser concorrentes das imobiliárias, mas afinal acabou por ser uma boa oportunidade de negócio e salvou muitas imobiliárias", analisa o responsável, salientando que "as casas dos bancos permitem fazer navegação à vista".

Por outro lado, há outras coisas positivas que, no entender de Jaime Ouro, estão a alimentar esta viragem no setor, com a ajuda do legislador. Os Golden Visa são um exemplo. "Mas esta é uma franja de mercado, porque os investidores estrangeiros estão, sobretudo, interessados em imóveis em zonas muito específicas (Expo, centro de Lisboa, Algarve, Cascais e alguma coisa no Porto)".

Mas há outro tipo de investidores interessantes. "Nota-se que há maior procura por parte de portugueses que querem comprar casas para investimento, ou seja, para depois terem rendimentos das rendas", revela o responsável, frisando que "habitualmente procuram imóveis até 50 mil euros".

Pequenos investidores animam setor procurando casas para arrendar

Do lado das famílias também já começa a sentir maior demanda, devido às novas condições de financiamento no crédito à habitação. E aqui, Jaime Ouro deixa um aviso aos colegas: "Os pequenos mediadores devem estar atentos às alterações na banca", antecipando que "os bancos vão, com certeza, abrir mais a torneira do crédito e com condições mais atrativas, ainda que exigindo mais garantias, como capitais próprios ou fiadores".

Já os leilões "hoje em dia há menos e não são tão interessantes, porque normalmente são mais destinados a investidores (uma vez que as famílias não costumam ter o capital todo necessário, nem o crédito aprovado na totalidade no momento do leilão) e os valores estão a subir, permitindo uma menor rentabilidade das licitações". E, "os bons negócios hoje, e sempre, fazem-se na compra e não na venda", acredita.

A maior parte das casas que Jaime Ouro comercializa são para venda (cerca de 10% são para arrendamento) e são apartamentos. Do total, uma fatia de 20% distribui-se entre espaços comerciais, terrenos e moradias.

Antes especializada na promoção e venda de obra nova, hoje a imobiliária vende sobretudo propriedades usadas (perto de 70%). As tipologias variam entre o T1, T2 (com preços entre 70 e 100 mil euros) e T3 (150 mil euros).

Cliente do idealista.pt há já muito tempo, Jaime Ouro diz que sente "um retorno positivo" para o negócio por trabalhar com o idealista.pt. "Não somos uma empresa grande, mas somos muito organizados e com o Idealista é possível trabalhar bem. No último ano, o Idealista mudou muito e para melhor. Temos mais chamadas e com maior retorno", remata.

Ver mais casas da Jaime Ouro anunciadas em idealista.pt

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1 Comentários:

Valério Afonso
24 Setembro 2014, 14:20

Parabéns, Sr. Jaime Ouro! As sinergias são deveras importantes, como frisou bem , para não se perderem negócios. Melhor 50% de algo do que 100% de nada. Já o faço há alguns anos mesmo quando olhavam para mim de lado, mas mostrava confiança e hoje tenho cerca de 6 Imobiliárias parceiras o que aumenta consideravelmente a carteira de imóveis e as oportunidades! Cumprimentos

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