
O investimento imobiliário estrangeiro em Portugal está na ordem do dia, nomeadamente aquele que entra no país através de vistos gold, atribuídos sobretudo a quem compra imóveis por mais de 500.000 euros. Após o escândalo da operação Labirinto, foi criado um novo manual de boas práticas, mas o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) não está a facilitar a consulta do mesmo, o que está a atrasar o processo de atribuição de vistos.
“Hoje tirar dúvidas sobre os vistos gold é muito complicado. Os vistos estão mais lentos, mais incertos”, disse Miguel Marques dos Santos, sócio responsável pelo departamento de Imobiliário e Urbanismo da Garrigues Portugal, durante o lançamento da segunda edição do “The Property Handbook” – Guia de Investimento Imobiliário em Portugal.
Segundo o responsável, o referido manual de boas práticas só pode ser consultado nas instalações do SEF numa sala fechada, com videovigilância e sem a possibilidade de usar o telemóvel. Um excesso de zelo que está a atrasar, e muito, a concessão dos vistos. “Primeiro é preciso que a administração pública descontraia e retome o que estava a fazer, porque estava a fazer bem. Antes era fácil e rápido [avançar com o processo], agora é muito mais complicado”, contou, alertando para o facto de muitos investidores estarem a desistir de investir no país.
O advogado deu o exemplo de um cliente chinês que está neste momento a equacionar um investimento imobiliário de 50 milhões de euros, porque antes avançar com o processo e ter a aprovação do visto gold demorava cerca de três semanas enquanto agora pode demorar seis meses. “Temos pessoas a querer vir para Portugal mas que não veem porque não há respostas”, lamentou Miguel Marques dos Santos.
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