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“É necessário voltar à construção nova”, alertam mediadores
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O mercado de compra e venda de casas está ao rubro. Segundo dados do Gabinete de Estudos da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), que vão de encontro aos publicados pelo INE, foram transacionados no ano passado 127.106 alojamentos familiares, mais 18,5% que em 2015. A maioria das vendas (83%) é relativa a imóveis usados, sendo que apenas 17% foram construções novas. Luís Lima, presidente da entidade, deixa um alerta: “É necessário voltar à construção nova, e já há procura para tal, sobretudo nas grandes cidades onde o stock é cada vez mais diminuto e os preços atingem valores superiores ao que seria desejável”.

Segundo o responsável, os números agora divulgados “vão ao encontro das estimativas da APEMIP, divulgadas em janeiro deste ano, que apontavam para um aumento de transações de alojamentos familiares na ordem dos 20%”.

O representante das imobiliárias considera, ainda assim, que apesar do contínuo crescimento do mercado, os números ficaram aquém da expetativa. “No início de 2016 a minha perspetiva de crescimento era superior àquela que agora se confirma, mas infelizmente no decorrer do ano deram-se algumas situações que provocaram retração e desconfiança junto dos investidores”, disse Luís Lima.

Em causa estão, por exemplo, a criação de um novo imposto, o Adicional ao IMI (AIMI), e os atrasos da concessão de vistos gold, “que espantou os investidores, nomeadamente os chineses, que desconfiam da transparência e segurança deste mecanismo”. “Se não fossem estes dois casos, creio que o crescimento teria sido ainda maior”, adiantou, em comunicado.

“Mercado está quente”

No que diz respeito aos preços das casas, que também subiram em termos homólogos – 7,1% face a 2015 –, a tendência pode manter-se este ano, até porque “o mercado está quente”. “Globalmente, ainda há condições para que o imobiliário continue a atrair poupança e, por outro lado, estamos agora a numa fase em que o crédito pode voltar a tomar um papel mais central”, disse o economista da IMF Filipe Garcia, citado pelo Jornal de Negócios.

Segundo o responsável, o facto dos bancos estarem mais disponíveis para financiar a compra de casa poderá “impulsionar mais os preços nos próximos meses”. “Para se perceber se os preços vão continuar a subir, há que identificar o que gerou o aumento da procura. Desta vez, não foi o crédito o principal indutor. Na sua maioria, as operações têm sido concretizadas com recurso a fundos próprios de particulares, empresas e fundos”, explicou.

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