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Preços das casas empurram famílias para as periferias
Gabriel Beaudry/Unsplash

As limitações da oferta imobiliária e a subida dos preços nos centros das principais cidades estão a empurrar muitas famílias portuguesas para as periferias. Uma tendência que, segundo a Century 21, veio para ficar. A mediadora antecipa que os preços venham a subir de forma mais significativa nos arredores das cidades como Lisboa e Porto.

De acordo com a Century 21, “não estão a ser construídos imóveis adequados à procura e ao poder de compra dos portugueses”. “Há uma clara aposta em habitação para os segmentos médio alto e alto, nas grandes cidades, que está a dar resposta às necessidades de uma pequena parte dos clientes nacionais e da procura internacional”, acrescenta a mediadora em comunicado. Um cenário que está a empurrar as famílias para os arredores das cidades e a estimular a subida de preços.

“São as famílias jovens, que estão no mercado à procura da sua primeira casa, que se deparam com maiores dificuldades para encontrar soluções de habitação ajustadas às suas necessidades, aspirações e poder de compra", atesta Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal, para quem são necessárias soluções ajustadas ao poder de compra das famílias de classe média e média baixa.

Reabilitação e obra nova serão tendência

A reabilitação e obra nova também deverão ser uma tendência em 2018. Segundo os resultados da Century 21, “é expectável que ambas venham a registar um aumento significativo no número de transações residenciais, dada a escassez de imóveis com valores ajustados à procura atual, nos segmentos médio e médio baixo”. Uma dinâmica que poderá diminuir a pressão sobre os preços, sobretudo nos imóveis usados, que começam a competir diretamente com os imóveis novos. “Assim será mais difícil para os proprietários de casas usadas venderem a preços equiparados aos de imóveis reabilitados ou novos”, conclui a mediadora.

Quem compra em Portugal?

A rede nacional Century 21 registou, no ano passado, 10.988 transações de imóveis e um valor médio de venda de 129.000 euros. A faturação da rede imobiliária superou os 35 milhões de euros, o que representa um aumento de 35% face aos 26 milhões de euros registados em 2016.

Em 2017, revela a mediadora, perto de 55% dos portugueses que compraram casa tinham entre 40 e 50 anos e a maioria procurava apartamentos T3 ou T2. Um quarto das quase 11.000 transações foram por um valor inferior a 100.000 euros enquanto 42% se situou entre os 100.000 e os 200.000 euros. Apenas 26,3% dos compradores optaram por imóveis entre 200.000 e 500.000 euros e só 5,3% das aquisições foram efetuadas por valores superiores a 500.000.

Os estrangeiros também têm um peso importante. As transações internacionais representaram cerca de 19% do total das transações da rede Century 21 e subiram 9% para as 2.087, em comparação com as 1.923 operações de clientes internacionais realizadas no ano anterior. Franceses, brasileiros, chineses, belgas e ingleses são quem mais compram.

Arrendamento em queda

O número de operações de arrendamento registou uma forte quebra, em torno dos 18%, fixando-se nas 2.870 transações, em comparação com as 3.500 realizadas em 2016, “acentuando a tendência decrescente do arrendamento que se tem vindo a verificar nos anos anteriores”, diz a Century 21.

Na rede nacional da mediadora, T2 foi a tipologia mais procurada em 2017 e o valor médio de arrendamento, a nível nacional, fixou-se nos 598 euros, o que traduz uma quebra de 10,7% face à média nacional de 670 euros verificada em 2016.

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1 Comentários:

ppoeira
6 Março 2018, 14:36

Já nem na periferia se consegue arranjar casa. Não sei onde isto vai parar. Ou emigramos ou vamos morar debaixo da ponte. Maldito AL...Maldito turismo.

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