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Imobiliário precisa de casas novas para classe média portuguesa e estrangeira
Thomas Peham/Unsplash

Casas novas fora das grandes cidades para portugueses e estrangeiros de classe média. Esta é uma “janela de oportunidade” a que “os promotores imobiliários devem estar atentos”, segundo a análise da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores em Imobiliário (APPII). Os responsáveis não têm dúvidas de que esta será uma das “grandes tendências” do ano e apelam à construção nova fora dos grandes centros urbanos. Neste momento, faltam cerca de 70.000 casas em todo o território nacional.

Arrendar ou comprar casa nas grandes cidades é cada vez mais difícil. Mas a verdade é que este problema não se deve apenas à subida dos preços. Os grandes centros urbanos enfrentam uma outra questão: a falta de casas novas. Esta é a opinião defendida pelo vice-presidente da APPII, Hugo Santos Ferreira, que identifica uma nova tendência de mercado a precisar de resposta.

“Uma das grandes tendências para este ano e que é em si mesma um importante ponto de viragem é a construção nova fora dos centros urbanos para a classe média portuguesa e estrangeira”, defende o responsável. “E desengane-se quem pensa que é só a classe média portuguesa que anda no mercado à procura de imóveis para habitação”, afirma Hugo Santos Ferreira, acrescentando que têm registado “uma nova vaga de estrangeiros de classe média” à procura de casa em Portugal.

O responsável acredita que se está a verificar um regresso aos projetos fora dos grandes centros urbanos, afirmando que “tem sido comum, nos últimos meses”, o interesse de “vários promotores e investidores imobiliários, nacionais e até estrangeiros, por novas localizações que não apenas nas zonas prime”. 

“É tempo de dinamizar a construção nova”

O responsável da APPII considera que “tudo devemos continuar a fazer para que a reabilitação urbana continue a ser uma realidade”, alertando para o facto de a construção nova fora dos centros urbanos “ser uma verdadeira necessidade do mercado imobiliário da atualidade”.

Hugo Santos Ferreira acredita que é muito importante começar a incentivar a construção nova, a par do que se fez com a reabilitação urbana, sendo “crucial estimular a construção localizada fora dos centros urbanos” (ou pelo menos fora das designadas zonas prime) e em especial aquela que se destina à classe média e aos jovens.

Colocar mais oferta no mercado - principalmente construção fora das zonas onde o preço por m2 está mais pressionado pela elevada procura - e a preços acessíveis à classe média (portuguesa, mas não só) “certamente ajudará a estabilizar a subida do valor dos nossos imóveis”, acreditam os promotores.

“Faltam 70.000 casas a nível nacional”

Os mediadores, nas palavras de Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), corroboram a necessidade de se “apostar na construção nova urgentemente”.

O responsável disse ao Dinheiro Vivo que “faltam à volta de 70.000 casas novas para haver um equilíbrio de mercado”. “Os preços estão a crescer porque há muita procura e pouca oferta”, acrescentou. Estas cerca de 70.000 casas em falta são ao nível nacional, mas “mais de metade são em Lisboa e Porto, onde se concentra mais de 50% da procura”, garante o presidente da APEMIP.

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