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Preços das casas e “loucura” do AL estão a “roubar” pessoas a Lisboa, alerta Moody’s
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A subida do preço das casas em Portugal tem sido constantemente notícia, bem como o fenómeno do Alojamento Local (AL), nomeadamente em Lisboa. O resultado está à vista: a população na capital está a diminuir, tendo caído 7% desde 2011, e o turismo está a aumentar. As pessoas acabam, por isso, por ser “empurradas” para as periferias. O alerta é dado pela Moody’s.

Segundo dados revelados num relatório da agência de notação financeira sobre habitação, é cada vez mais difícil comprar e/ou pagar casa na Europa, já que os preços estão a subir de forma mais acentuada que os salários. E Portugal não é exceção. 

“Nos últimos anos, a inflação dos preços da habitação tem superado o crescimento dos rendimentos em algumas das grandes cidades europeias, diminuindo o poder de compra e a qualidade do crédito hipotecário, enquanto beneficia os orçamentos municipais”, lê-se no documento. 

Os dados revelados pela Moody’s permitem tirar várias conclusões. Por exemplo, em 2018, a evolução dos preços nas 10 cidades analisadas (Amesterdão, Berlim, Dublin, Frankfurt, Lisboa, Londres, Madrid, Milão, Paris e Roma) levou a que os proprietários demorem em média 15 anos para adquirirem a totalidade das casas, sem terem de recorrer a um empréstimo. São mais três anos que antes da crise, entre 2005 e 2007. 

Esforço para comprar casa em Lisboa inferior a outras cidades europeias

No caso de Portugal, onde o rendimento disponível das pessoas cresceu 9,3% entre 2012 e 2018, uma pessoa precisa de 11,5 anos de salário para comprar um imóvel na capital, um valor ainda assim inferior ao verificado em Amesterdão (22 anos) e Paris (18 anos), por exemplo.

Relativamente à relação entre a evolução dos preços das casas e dos salários, em seis anos, entre 2012 e 2018, os salários de quem vive em Lisboa cresceram 10% enquanto os preços da habitação aumentaram cerca de 50%.

A subir em flecha está também o fenómeno do AL, que disparou à boleia do turismo em Portugal, sobretudo em Lisboa. A capital tem mais alojamentos locais por habitante que todas as cidades analisadas, são mais de 30 por cada mil habitantes. 

Um cenário que está a fazer com que Lisboa esteja a perder habitantes, 7% desde 2011 – é a cidade analisada com a maior queda de população –, com as pessoas a “migrarem” para a periferia.

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