Capital e Invicta registaram aumentos de novas rendas inferiores à média nacional. Preços estão a subir mais nas periferias
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Rendas das casas continuam a subir em Lisboa e Porto, mas a um ritmo menor
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Os valores das rendas nas duas principais cidades do país começam a dar sinais de abrandamento. O segundo trimestre do ano veio confirmar essa tendência. Depois das fortes subidas ao longo dos últimos anos, Lisboa e Porto registaram aumentos abaixo da média nacional, de acordo com os mais recentes resultados do Índice de Rendas Residenciais da Confidencial Imobiliário. O índice é calculado a partir dos valores dos novos contratos de arrendamento celebrados.

Em Lisboa, as rendas aumentaram 5,6% em termos homólogos no 2º trimestre, depois de se manterem praticamente inalteradas em termos trimestrais (0,2%). É preciso recuar ao 3º trimestre de 2014 para encontrar uma variação mais baixa (2,6%). Os dados vêm, por isso, confirmar “o ciclo de sucessivas travagens das subidas ao longo do último ano”.

Após a subida de 21,9% registada no 2º trimestre de 2017 (a qual foi o exponente máximo do ciclo de recuperação iniciado em finais de 2013, após a queda de 19% no período da a crise), o aumento anual das rendas em Lisboa ainda se manteve em torno dos 20% até início de 2018, mas começou a abrandar a partir daí, passando de uma variação homóloga de 17% no 2º trimestre de 2018 para a agora registada, escreve a CI.

No Porto, a variação homóloga no 2º trimestre de 2019 foi de 9,7%, “a mais baixa dos últimos dois anos”. Também em termos trimestrais, a subida de 1,7%  apresenta um arrefecimento. Neste mercado, a variação máxima foi atingida no 3º trimestre de 2018, com uma subida homóloga de 23,1%, culminando o percurso de intensificação das subidas sentido desde meados de 2017. No final de 2018, o crescimento das rendas recuou já para 18,9%, passando para 13,5% no trimestre seguinte e atingindo agora o patamar abaixo dos 10%.

Periferias registam subidas mais altas

Em Portugal, as rendas das casas subiram 10,8% em termos homólogos no período em análise, mantendo o ritmo médio de crescimento verificado nos dois últimos anos (de 11%). A variação trimestral foi de 2,7%, igualmente em linha com a subida média de 2,8% registada desde o 2º trimestre de 2017.  

“Estes resultados sugerem um comportamento semelhante ao dos preços de venda, cujas subidas mais recentes no agregado do país parecem agora ser impulsionadas pelos mercados periféricos e não por Lisboa e Porto", explica Ricardo Guimarães, diretor da CI. "Os dados disponíveis não sinalizam ter havido um aumento da oferta que, por sua vez, estivesse a pressionar as rendas para baixo, sendo este ciclo de estabilização o culminar de um processo de crescimento muito forte registado até agora e que, naturalmente, não poderia prosseguir indefinidamente", acrescenta.

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