Em que zonas de Lisboa e Porto é mais apelativo e/ou rentável para os proprietários colocarem as suas casas a arrendar? O estudo “Investir no Mercado de Arrendamento”, realizado pela consultora imobiliária JLL, procura responder a estas e outras questões. “A habitação como investimento é uma tendência que vai ganhar força nos próximos anos, pois não só o imobiliário é um ativo de crescente atratividade pela boa relação retorno/risco que tem face a outras aplicações financeiras ou investimentos em bolsa, como o segmento residencial, em concreto, se tem mostrado muito resiliente, incluindo em tempos de crise”, diz Patrícia Barão, Head of Residential da JLL, em comunicado.
Segundo a responsável, o estudo em causa “é especialmente relevante numa altura” em que o país se prepara “para começar a absorver o impacto da Covid-19”. “Concluímos que as ‘yields’ do arrendamento residencial em Lisboa são quase sempre superiores a 3% e no Porto a 4%, num mercado onde a oferta é escassa e tende a ser absorvida rapidamente. (...) Há espaço, e até a necessidade, de melhorar o stock quer em qualidade quer em quantidade. Isto face a uma procura que está muito ativa e que é diversificada nas suas motivações e capacidade financeira. Em geral, é um mercado com enorme potencial de crescimento e de gerar rendimento”, prevê Patrícia Barão.
O potencial de Lisboa à lupa
Segundo o estudo, na capital, as casas são arrendadas em média em menos de 3 meses e têm rentabilidades acima de 3% na vasta maioria do território. A zona central da cidade, que abrange as freguesias da Estrela, Campo de Ourique, Campolide, Avenidas Novas, Alvalade, Areeiro e Arroios, é a mais apelativa para os proprietários que colocarem as suas casas no mercado de arrendamento.
“A zona destaca-se pela relação favorável que apresenta entre população existente (30% da população da cidade), o seu rendimento mensal (situado em 3.450 euros por família) e o potencial retorno gerado pelos ativos nestas zonas, acima dos 3% (3,17%)”, explica a JLL.
No que diz respeito aos valores da oferta para arrendamento existente oscilam entre os 13 euros por metro quadrado (m2) na zona Norte e os 18,5 euros por m2 no Centro Prime, em média.
“[Do stock] para arrendar, a qualidade média das casas é bastante baixa sendo que, com exceção do Parque das Nações, por se tratar de uma zona de construção recente, o resto da cidade apresenta uma oferta, na maioria dos casos, sem elevador, sem estacionamento privado, sem climatização e com uma classificação energética quase sempre mediana. Acresce que o Parque das Nações é efetivamente a zona da cidade com maior oferta para arrendamento, situada em 25% da oferta residencial existente”, conclui o estudo.
As oportunidades no Porto
Na Invicta, os imóveis são também arrendados em menos de três meses e observa-se uma rentabilidade média superior à de Lisboa, situada acima dos 4% na generalidade do território. As zonas do eixo da Marginal, de rio e mar, como Lordelo do Ouro, Massarelos, Foz, Nevogilde e mesmo Matosinhos, apresentam-se como as mais apelativas para o investimento em arrendamento.
Relativamente aos valores da oferta para arrendamento existente variam entre os 9 euros por m2, em Paranhos, e os 12,5 euros por m2, na Zona Histórica e Foz.
“Comparando com Lisboa, verifica-se uma ainda maior lacuna na oferta, a qual representa apenas 8% do total da oferta residencial existente na cidade. A mesma conclusão se pode retirar no que toca à qualidade média das casas em oferta, sendo que, neste contexto, Matosinhos e Leça destacam-se por a maioria da sua oferta integrar estes critérios básicos da existência de elevador, estacionamento privativo, sistema de climatização e uma predominância de classificação energética acima do B-. As zonas na Marginal, apesar de apresentarem tanto rendas mais altas como maior potencial de renda absoluta (por terem maior concentração de população, com maior rendimento) são curiosamente os locais onde a oferta apresenta caraterísticas médias mais fracas”, lê-se no comunicado da JLL.
T2 no centro das atenções
Do lado da procura, os T2 são os mais procurados pelos mais jovens, das gerações Millennial e Z (46% dos inquiridos), logo seguidos pelos T1 (28%). De referir que mais de 70% destes jovens só está disponível para pagar até 600 euros de renda mensal e, destes, cerca de metade só suporta uma renda até 450€ mensais.
Há ainda quem opte pelo mercado de arrendamento não por questões económicas, mas por razões fiscais, profissionais ou mesmo de personalidade, revelando menor interesse por compromissos de mais longo prazo.
Trata-se de um público menos jovem e mais internacional, que procuram sobretudo T2 (38%) e T3 (27%), apresentando uma capacidade financeira bastante mais elevada. Cerca de 90% desta procura está disponível para assumir rendas superiores a 1.000 euros, embora cerca de metade não pretenda ir além dos 2.000 euros. Há, no entanto, 15% de inquiridos que admite pagar rendas superiores a 3.000 euros.
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