Em contrapartida, a autarquia da capital quer dar isenção total aos proprietários com casas arrendadas a preços acessíveis.
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Lisboa acaba com desconto de 20% no IMI para senhorios
Ximena Nahmias on Unsplash
Lusa

Os proprietários que tenham as suas casas no mercado de arrendamento a preços especulativos vão deixar de beneficiar do desconto de 20% no Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Já os que praticarem rendas acessíveis ficam isentos desse pagamento. O anúncio foi feito sexta-feira (13 de novembro de 2020) pelo vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), João Paulo Saraiva, também responsável pelo pelouro das Finanças, durante a apresentação do orçamento do município para 2021.

“Nós tínhamos consagrado um desconto para todos os arrendamentos da cidade de 20%. Todos os edifícios que estavam arrendados para habitação, o IMI dessas mesmas frações tinha um desconto de 20%. E o que nós agora estamos a propor, e vai a câmara na próxima semana, é que essa regra seja retirada e seja reconvertida numa outra”, começou por explicar o autarca, citado pela Lusa.

“Significa que, quem tiver rendas acessíveis e quem praticar rendas acessíveis, nomeadamente através dos programas municipais, poderá ter uma isenção de 100% e, portanto, deixará de pagar IMI, deixando aqueles que praticavam rendas especulativas de poder usufruir da possibilidade de 20% de desconto”, acrescentou.

Prédios devolutos pagam mais IMI

João Paulo Saraiva adiantou também que os prédios devolutos terão o valor do IMI agravado gradualmente nas zonas de pressão urbanística, que o município quer que contemplem toda a cidade.

Segundo o vice-presidente da CML, tem havido uma predisposição por parte dos proprietários para reabilitar os seus imóveis devolutos “quando há um agravamento do IMI”.

“Estamos convictos, e o legislador também, que se nós ainda forçarmos um pouco mais esse agravamento, a velocidade e a propensão para que estes fogos voltem ao mercado de arrendamento, ou sejam utilizados para habitação de outra forma, vai ser ainda maior”, vincou.

O vereador das Finanças defendeu ainda que “a cidade de Lisboa precisa que todos os imóveis que nela existem estejam o mais rapidamente possível disponíveis para serem arrendados e para cumprirem a função habitação”.

A autarquia prevê um orçamento de 1,15 mil milhões de euros para 2021, menos 11% em relação a este ano (1,29 mil milhões).

A pandemia da Covid-19 terá um impacto de 200 milhões de euros no orçamento de 2021, distribuídos em partes iguais pela despesa e pela receita, de acordo com o vereador das Finanças.

O documento terá agora de ser discutido e aprovado em reunião de câmara e, posteriormente, na Assembleia Municipal de Lisboa.

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