
“Temos alguns projetos de promoção em ‘pipeline’, prontos a sair do papel”, diz ao idealista/news José Manuel Carreira, proprietário e administrador da Costa&Carreira (C&C), empresa sediada em Vila Real que, em quase 25 anos, concluiu “mais de 245 projetos/obras”. Um dos “20 projetos maiores” que integram o atual portefólio da C&C é o Senses Vilamoura, um “empreendimento de luxo com oito moradias isoladas”, conta o responsável, adiantando que a empresa tem também “em carteira dois grandes projetos de construção” para investidores israelitas, um em Vila Nova de Gaia e outro no Porto.
“O Senses Vilamoura é um dos principais [projetos] e o que maior investimento tem exigido por parte da C&C, mas temos igualmente prevista a construção de um novo empreendimento de edifícios de apartamentos no centro da cidade de Vila Real, um loteamento de moradias unifamiliares na região demarcada do Douro, entre outros”, comenta.
Sobre a atividade da C&C, José Manuel Carreira revela que se desenvolve em três áreas de negócio, a promoção residencial, a execução de obras públicas e a construção privada para a área de negócio empresarial, com maior incidência no setor do turismo. E será que Portugal se vai manter no radar dos investidores num cenário pós-pandemia da Covid-19? “Portugal será muito provavelmente um dos grandes ‘vencedores’ do pós-pandemia (…). Gostaríamos de encarar toda esta crise como uma oportunidade para ampliarmos, segmentarmos e melhorarmos ainda mais a nossa oferta para os investidores imobiliários estrangeiros, alavancando mais e melhores projetos dedicados a este tipo de investimento”, responde.

Fale-nos um pouco sobre a atividade da C&C? Há quantos anos opera no mercado e quantas pessoas emprega?
A C&C é uma empresa que labora no setor da construção, tendo iniciado a sua atividade em 1997 no âmbito da promoção imobiliária. Em 2004 aventurou-se nas obras públicas. Em 2006, fruto de uma estratégia de negócio, reforçou a sua aposta nas obras públicas em detrimento da promoção imobiliária. Em 2010 começa a atribuir maior enfoque às obras privadas da área de negócio empresarial, não tendo, no entanto, abandonado as obras públicas, que passaram a assumir um menor peso no volume de negócios da empresa. A partir de 2012 apostou em clientes empresariais do setor do turismo e reabilitação urbana, sendo que neste momento é o nosso principal nicho. Em 2019, fruto uma vez mais da estratégia financeira e de negócio da empresa, a C&C regressa à promoção imobiliária, obtendo novamente excelentes resultados financeiros e de qualidade de construção neste setor.
A empresa conta atualmente com cerca de 170 colaboradores permanentes e escritórios no distrito de Vila Real (sede), em Lisboa e em Loulé/Vilamoura.
O que distingue a C&C das outras empresas do setor?
Somos uma empresa com um ambiente familiar, fortemente profissionalizada, com quadros técnicos altamente especializados. No funcionamento interno dispensamos formalismos e na relação com o cliente estamos sempre do lado da solução e não do problema. Tanto fornecedores como clientes conseguem falar com a administração com facilidade. O cliente partilha as suas necessidades e nós apresentamos a solução, mas os projetos são apenas um ponto de partida em relação ao que o cliente pretende, e a C&C nunca prende o cliente ao projeto inicial, estando sempre disponível para ajustá-lo de acordo com as suas pretensões.
O que ganha um cliente ao escolher a C&C para dar seguimento a um projeto?
Ganha um parceiro na execução do projeto. Ganha uma empresa com quadros técnicos altamente especializados. Ganha um fornecedor com uma vasta experiência (quase 25 anos). Ganha um parceiro financeiramente sólido.
"A nossa atividade incide em três principais áreas de negócio: promoção residencial, execução de obras públicas e construção privada para a área de negócio empresarial (com maior incidência no setor do turismo). Cada uma destas áreas assume um peso de aproximadamente 33%."
Quantos projetos/obras tiveram a assinatura da C&C desde o nascimento da empresa? De que segmentos são esses mesmos projetos? São sobretudo destinados ao segmento residencial?
A empresa concluiu até hoje mais de 245 projetos/obras. A nossa atividade incide em três principais áreas de negócio: promoção residencial, execução de obras públicas e construção privada para a área de negócio empresarial (com maior incidência no setor do turismo). Cada uma destas áreas assume um peso de aproximadamente 33%.

Em quantos projetos está atualmente a empresa a trabalhar? Fale-nos um pouco sobre os mesmos.
Temos em carteira 20 projetos maiores. Desde reabilitação de edifícios residenciais e de hotelaria no Porto e em Lisboa, construção de hotéis no Douro, promoção imobiliária no Algarve e em Vila Real e obras publicas por todo o país. O valor total deste portfolio ascende a cerca de 50 milhões de euros. A maioria destes projetos tem conclusão prevista para o ano de 2022.
Um dos projetos mais importantes que a C&C têm “em mãos” é, creio, o Senses Vilamoura. As obras já começaram? Quando estará concluído? Já foi vendida alguma das moradias?
O Senses Vilamoura é um grande projeto de promoção imobiliária da C&C. É um empreendimento de luxo com oito moradias isoladas com áreas totais de construção entre os 423 e os 1.080 metros quadrados (m2) e três designs exclusivos (Jacaranda, Angel Oak e Wisteria), da autoria do premiado arquiteto Vasco Vieira. As obras tiveram início há cerca de um ano, estando neste momento uma das moradias praticamente concluída e já vendida e outras duas moradias sob reserva. O empreendimento tem conclusão prevista para 2023. Apesar de termos alguns cidadãos de nacionalidade portuguesa interessados, entre eles algumas figuras públicas, a maior percentagem consiste em cidadãos estrangeiros.
"Temos em carteira 20 projetos maiores. Desde reabilitação de edifícios residenciais e de hotelaria no Porto e em Lisboa, construção de hotéis no Douro, promoção imobiliária no Algarve e em Vila Real e obras publicas por todo o país. O valor total deste portfolio ascende a cerca de 50 milhões de euros."
A Costa&Carreira está, também, “ligada” a alguns projetos imobiliários realizados por investidores israelitas, nomeadamente no norte do país. Que projetos são esses?
Temos em carteira dois grandes projetos de construção para estes clientes: um em Vila Nova de Gaia e outro no Porto. São projetos que estão agora a sair do papel. O edifício de Vila Nova de Gaia contará com um total de 59 apartamentos de tipologias T0 a T3, cinco pisos habitacionais e três pisos subterrâneos. O Edifício do Porto, na Praça da República, consiste na reabilitação de um edifício já existente e construção de um edifício novo e vai contar com um total de 16 apartamentos.

A construção foi um dos setores que se mostrou mais resiliente durante a pandemia. Acredita que o cenário se vai manter?
Acreditamos que este é um cenário que se vai manter pelo menos durante os próximos dois anos. A título de exemplo, as principais cidades do país apresentavam um défice de nova construção ao nível do segmento residencial ao qual a promoção imobiliária tinha já começado a dar resposta. Este é, naturalmente, apenas um segmento de toda a construção. Estes projetos já estão licenciados, financiados e a sair do papel. Além disso, têm quota de mercado ativa para a sua aquisição. Acreditamos que em 2023/2024 haverá um ajustamento, que muito dependerá da evolução da própria pandemia. Tudo o que vá além disto será futurologia.
Fale-nos um pouco sobre a atividade da C&C durante a pandemia? Houve projetos que pararam ou ficaram em ‘stand-by’?
Mantivemos a atividade durante a pandemia sem grandes oscilações. Não tivemos qualquer projeto parado ou em ‘stand-by’, nem projetos nossos nem de clientes. O que sentimos de diferente foi principalmente ao nível da logística e da própria metodologia de trabalho. Desde o número reduzido de pessoal de obra que podemos transportar nas carrinhas, o que implicou uma grande capacidade de reorganização em tempo reduzido, ao aumento dos custos com os transportes, Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), etc.
"Temos em carteira dois grandes projetos de construção para investidores israelitas: um em Vila Nova de Gaia e outro no Porto. São projetos que estão agora a sair do papel."
Qual foi a faturação e/ou o volume de negócios da empresa em 2020 face a 2019?
Não sentimos grande impacto a nível de negócio ou de execução de obras. A faturação foi muito semelhante à do ano anterior e aumentámos, inclusive, o número total de colaboradores. O maior impacto que sentimos foi ao nível logístico e do custo final da construção motivado pelo aumento de custos diretos e indiretos (matéria-prima, equipamentos, transportes, etc.).
Para este ano de 2021 quais são as expectativas?
Esperamos um ano semelhante a 2020 em termos de número de projetos consignados ao Grupo C&C, grandeza dos próprios projetos e faturação final. Ao nível dos recursos humanos, o número de colaboradores apenas tem aumentado de ano para ano.

Têm obras/projetos em ‘pipeline’, prontos a sair do papel? O que nos pode adiantar sobre os mesmos?
Temos alguns projetos de promoção em ‘pipeline’, prontos a sair do papel. O Senses Vilamoura é um dos principais e que maior investimento tem exigido por parte da C&C, mas temos igualmente prevista a construção de um novo empreendimento de edifícios de apartamentos no centro da cidade de Vila Real, um loteamento de moradias unifamiliares na região demarcada do Douro, entre outros.
Que resposta se pode esperar do setor da construção, e também da promoção imobiliária, nos dias que correm?
A construção tem sido um dos alicerces da economia nacional, não só nas últimas décadas como durante esta pandemia – basta referirmos que é um setor que conta atualmente com 100% de empregabilidade e fixação de investimento. O que podemos esperar é que continue a suster a nossa economia nos próximos anos e que seja uma das principais alavancas da retoma.
"Portugal será muito provavelmente um dos grandes ‘vencedores’ do pós-pandemia. Somos um destino turístico por excelência e um país de ‘fortes gentes’. Já superámos inúmeras crises, tal como superaremos esta também."
A tecnologia e/ou a digitalização ganhou força com a pandemia. Que impacto teve no setor da construção?
Permitiu-nos uma comunicação e concretização mais rápidas, quer ao nível de execução de escritório e administrativa quer ao nível de obra, devido às soluções de materiais que são disponibilizadas pelo mercado. Os equipamentos têm uma componente tecnológica cada vez mais forte, o que permite francas melhorias ao nível de ‘timings’ de entrega dos próprios equipamentos e de execução de trabalhos, maior precisão nos trabalhos executados, entre outros.
Considera que, num cenário pós-pandemia, Portugal vai continuar a estar no radar dos investidores imobiliários, nomeadamente dos estrangeiros?
Consideramos que Portugal será muito provavelmente um dos grandes ‘vencedores’ do pós-pandemia. Somos um destino turístico por excelência e um país de ‘fortes gentes’. Já superámos inúmeras crises, tal como superaremos esta também. Gostaríamos inclusivamente de encarar toda esta crise como uma oportunidade para ampliarmos, segmentarmos e melhorarmos ainda mais a nossa oferta para os investidores imobiliários estrangeiros, alavancando mais e melhores projetos dedicados a este tipo de investimento.
Muitos dos ‘players’ do setor têm alertado para a necessidade de se construir mais habitação acessível, mais casas para a classe média portuguesa. Os projetos residenciais da C&C encaixam neste “perfil” de procura?
Partilho claramente desta opinião. As grandes cidades portuguesas têm de ser palco para a fixação também da classe média. O Grupo C&C tem atualmente em projeto, em construção e em venda vários apartamentos no centro da cidade de Vila Real a preços dentro dos valores da habitação média nacional. Um dos projetos que temos atualmente a sair do papel são também moradias unifamiliares na região demarcada do Douro, que serão uma vez mais destinadas a este segmento da sociedade portuguesa.

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