Clientes procuram cada vez mais espaços sustentáveis com características e benefícios de eficiência, conforto e saúde.
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Agente imobiliário
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Quem atualmente quer comprar ou arrendar casas procura espaços com características e benefícios de eficiência, conforto e saúde, mas também a garantia de que está a consumir de forma mais responsável e sustentável. E esta é uma tendência a ganhar força. Que impactos tem este fenómeno na atividade dos mediadores imobiliários? E que adaptações tem de implementar o setor da mediação para ir ao encontro dos desejos e necessidades destes clientes? 

"Os clientes do futuro próximo (e alguns atuais) querem fazer a sua parte, querem contribuir para a redução de emissões, de gastos energéticos e de desperdício através de soluções duradoras, que não só melhorem a eficiência energética e o conforto das suas casas, mas que também sejam conscientes, recicláveis ou até modulares para conseguirem acompanhar as suas mudanças e os seus estilos de vida", começa por dizer Andreia Andrés Forte, num artigo publicado no blog de Massimo Forte

Vender ou arrendar casas eficientes - como se podem preparar os mediadores?
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Tendo por base as conclusões a que chegou depois de assistir ao novo curso da NAR, que está disponível em Portugal através da UCI, a jovem especialista em ajudar marcas de Mediação Imobiliária a avaliar o seu propósito, a sua estratégia e a sua comunicação considera que "é realmente necessário começar a pensar de forma séria e estratégica sobre os impactos e as adaptações necessárias que a Mediação tem de implementar e agilizar para ir ao encontro dos desejos e necessidades destes clientes" que reclamam por mais e melhor sustentabilidade.

Apresentamos agora, de forma resumida, algumas das dicas que Andreia Andrés Forte deixa ao setor da mediação imobiliária para ajudar a responder a este desafio.

Quem poderão ser os clientes mais atentos à sustentabilidade?

Os millennials são a geração do maior grupo demográfico do mundo e este ano fazem 30 anos, o que pode significar que tenderão a atingir o pico de compra de casa em 2023.

"O agente imobiliário vai ter de lidar com um potencial cliente que está mais informado sobre as escolhas a que pode ter acesso, e mais desperto para o compromisso da sustentabilidade, porque percebe a importância das suas escolhas para mitigar os seus impactos para gerações futuras", alerta a especialista.

O Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é um resultado prático desta tendência cada vez mais emergente, tendo entrado recentemente na sua segunda fase. 

"O programa não é perfeito, pois hoje há ainda um peso muito grande do lado de quem tem de investir em construção ou renovação eficiente, mas é um começo para despertar para a procura de soluções que realmente valorizem a nossa casa e claro, o nosso planeta", analisa.

E concretamente, no que se pode traduzir esta tendência para a Mediação?

A mediação é, ainda nas palavras de Andreia Andrés Forte, "o canal que está mais próximo do cliente, comunica com ele todos os dias e por isso está numa posição crucial para se tornar uma das parte mais ativas neste processo de mudança de mentalidades".

Por isso, para os mediadores imobiliários, implica saber informar, sensibilizar e influenciar para a importância da eficiência, não só do ponto de vista da descarbonização do parque habitacional, mas também para a importância da adaptação para casas mais eficientes, mais confortáveis e mais saudáveis que no futuro próximo, serão fator de diferenciação e muito importante, de valorização.

Vender ou arrendar casas eficientes - como se podem preparar os mediadores?
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"Na minha opinião, o agente imobiliário tem de conhecer as soluções e os benefícios que uma construção nova ou renovada de forma eficiente oferece, para saber como comunicar e principalmente, para saber demonstrar ao seu cliente a sustentabilidade do seu investimento (poupança de consumo, fatura de energia mais reduzida, habitação mais valorizada)", defende no mesmo post, destacando que é muito importante saber influenciar para o impacto positivo da sua escolha (contribui para a solução, não prolonga o problema de consumo de recursos escassos).

Os números “falam” de forma concreta e para avaliar a importância e o impacto desta tendência de procura por um futuro mais verde, em março de 2021, a NAR efetuou um inquérito para perceber (na prática) o que pode significar o termo sustentabilidade para a Mediação Imobiliária. O inquérito resultou no seu relatório “REALTORS® & Sustainability Report – Residential, do qual destaco os seguintes factos:

  • 36% dos inquiridos afirmam que o seu MLS contém campos de dados associados a sustentabilidade e eficiência das habitações para evidenciar características que potenciam e diferenciam a sua promoção;
  • 65% concorda que a promoção destes dados é importante, ou muito importante;
  • 55% afirma que os seus clientes demonstraram interesse nos dados fornecidos de caracterização de uma habitação mais sustentável.

"Estas evidências são claras, o consumidor, no geral, reconhece a importância da sustentabilidade, mas muitas vezes não consegue materializar os benefícios e não sabe como chegar lá", aponta.

Comprar casa
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Quais podem ser os próximos passos?

Há milhares de soluções de melhoria que podem ser usadas em construção nova ou renovação para alterar drasticamente o consumo energético, a durabilidade de materiais, o conforto e a saúde de quem habita. O objetivo é transformar uma casa numa habitação consciente, sustentável e acima de tudo, eficiente.

"A certificação energética é o instrumento de excelência conhecido por todos para comprovar a eficiência de cada habitação. Para o vendedor, pode servir para uma tomada de consciência de adaptação de preço ou de características da sua casa (dependendo dos comparáveis ou oferta existente). Para o comprador, pode ser uma forma de avaliar a sua futura casa, pois permite obter pistas importantes sobre o estado de conservação do imóvel e futuros consumos energéticos que tem de ter em conta para minimizar o risco de uma má escolha", considera, recomendando a mediação a começar a formar-se sobre este tema.

Andreia Andrés Forte avisa ainda que é preciso "resolver a primeira parte do processo de procura de imóveis que hoje está centrada no online nos sites de cada marca ou nos portais imobiliários".

  1. Que critérios é que eu como consumidor que procura uma casa eficiente tenho para poder filtrar a minha escolha?
  2. Que destaque se dá a estes imóveis?
  3. Que informação se passa sobre as suas características?

"A criação de mais critérios universais que possam definir e destacar uma escolha eficiente é primordial para a valorizar, e tenho de dizer, a matéria-prima são as pessoas e as pessoas procuram saber mais sobre vantagens, benefícios e ações a levar a cabo, e não apenas e só, sobre características", remata.

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