Promoção será crucial para combater a falta de oferta de produto imobiliário no país, refere estudo da JLL.
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Falta de oferta de habitação
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O “apetite” para a aquisição de terrenos e ativos de desenvolvimento em Portugal está a crescer e a aproximar-se dos níveis pré-Covid, incluindo quer players nacionais quer internacionais, projetos em vários segmentos e com várias escalas, “alicerçados numa elevada procura por parte dos utilizadores finais”. Esta é uma das conclusões do estudo anual “Market 360º” da consultora JLL, segundo o qual a promoção imobiliária será um dos setores mais promissores em 2022.

“Há uma falta estrutural de oferta que é transversal a todo o setor imobiliário e, por isso, necessário resolver para que o mercado cresça”, refere Pedro Lancastre, CEO da JLL, citado num comunicado enviado às redações.

Joana Fonseca, Head of Strategic Consultancy & Research da JLL, relembra que “na habitação o stock aumentou apenas 1,9% na última década, o que corresponde a cerca de 108.500 fogos, ou seja, menos do que se vendeu este ano”. Recorde-se o estudo o estudo ‘Living Destination’ da consultora, no qual a consultora traça um retrato do mercado residencial do país, e que revela um crescimento de apenas 5,88 para 5,96 milhões de casas entre 2011 e 2021, tal como o idealista/news noticiou. 

“Nos alternativos, por seu lado, estima-se uma carência de 20.000 camas para residências de estudantes, enquanto nas residências seniores um estudo da JLL dá nota da necessidade adicional de 17.000 camas. Para não falar no setor de industrial e logística, onde a oferta é dominada por áreas obsoletas, o que acabou por travar a absorção. Os escritórios também se debatem com a falta de produto para ocupação imediata, mas é um dos segmentos onde a nova oferta está já mais desenvolvida, com cerca de 173.000 metros quadrados (m2) em construção até 2023”, acrescenta a responsável.

Sustentabilidade na construção
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Sustentabilidade, uma nova exigência (e um desafio)

De acordo com o estudo da consultora, e no que se refere à promoção de novos produtos imobiliários, os critérios de sustentabilidade vão estar cada vez mais presentes na procura e “os promotores não poderão minorar estas questões”. Isso será transversal aos imóveis de uso comercial, como os escritórios ou o industrial e logística, mas também na habitação e nos segmentos alternativos.

“Os consumidores finais, sejam empresas ou particulares, vão ser cada vez mais exigentes com estas questões da sustentabilidade e isso vai ser um novo desafio para o setor imobiliário. Inclusive no investimento, onde o stock elegível será aquele que cumprir os requisitos de sustentabilidade, sociais e de governança. O financiamento de operações e imóveis estará igualmente condicionado pelas normas da Taxonomia da União Europeia. Os ativos que não os cumprirem vão sair do mapa dos investidores, ou então serão adquiridos com descontos significativos”, conclui Joana Fonseca.

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