Mercado residencial de Lisboa finta a pandemia: capital segue no radar

Lisboa é cada vez mais um destino internacional residencial de peso. Esta é uma das conclusões a retirar do estudo “Lisbon Residential Market – A Rising Star”, da consultora Savills, que é apresentado esta sexta-feira no Salão Imobiliário de Portugal (SIL) – decorre até domingo (15 de maio de 2022) na FIL. Segundo o mesmo, a capital “tem ocupado uma posição cada vez mais preponderante no mercado residencial europeu”, estando a conseguir fintar a pandemia da Covid-19.

“São múltiplos os fatores que fazem da cidade da Lisboa um dos destinos residenciais mais apetecíveis e atrativos, competindo lado a lado com cidades de renome internacional. Uma posição geográfica privilegiada, clima ameno, custo de vida acessível, segurança, estabilidade social, ecossistema empresarial internacional, história e cultura, destacam Lisboa e contribuem para o título de cidade mais cool da Europa”, refere em comunicado a Savills. 

A consultora considera que “a capital portuguesa renasceu após um processo de reabilitação urbana profundo iniciado em 2011, que transformou Lisboa numa metrópole urbana, moderna e inovadora”. “À medida que a cidade aumentou a sua notoriedade e visibilidade no contexto global, sendo a sede de muitas empresas internacionais e o palco de reconhecidos eventos internacionais, a sua atratividade multiplicou-se, captando novas nacionalidades de compradores e residentes que desempenham um papel determinante no desenvolvimento da cidade, aproximando-a das restantes capitais europeias”, lê-se na nota.

Citada no documento, Alexandra Portugal Gomes, Head of Research da Savills Portugal, comenta que Lisboa é um “caso de sucesso de transformação profunda e bem-sucedida”. “É muito interessante observar a extrema resiliência deste segmento, que chegou ao final de dois anos de pandemia a atingir níveis recorde e com ‘forecasts’ muitos animadores para 2022 que prometem dar continuidade à uma excelente performance”, acrescenta. 

Savills

Compra e venda de casas em alta

No que diz respeito aos preços das casas, a Savills recorda que, em 2021, o preço médio de venda por metro quadrado (m2) na capital era de 3,973 euros, o valor mais alto dos últimos cinco anos. Trata-se, de resto, de um valor 4% superior ao de 2020 e 6% ao de 2019, no período pré-pandémico. 

“O número de vendas acompanhou também o aumento dos preços médios de venda, com mais de 11.000 habitações vendidas, o que teve em consideração um crescimento de 17% em relação a 2020 e uma diminuição muito residual de 1% em comparação com 2019”, refere a consultora. 

A Savills considera, em jeito de conclusão, que Lisboa superou os preços médios do segmento prime de cidades como Madrid e Barcelona, em Espanha, sendo de esperar “que este segmento siga a tendência de crescimento mundial (4,3%), mas a um ritmo mais moderado (1,9%), em comparação com anos anteriores”. 

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Em que zonas é mais caro comprar casa?

A zona do Chiado apresenta a média de preço por m2 mais elevada: entre os 8.000 e os 12.000 euros. Seguem-se o Príncipe Real (entre 8.000 e 11.000 euros) e a Avenida da Liberdade (valor máximo pode chegar aos 10.000 euros).  

“Os municípios de Cascais e Oeiras têm ganho preponderância, complementando o mercado da região de Lisboa, uma vez que apresentam soluções de habitação de qualidade para quem procura estar perto de Lisboa e, ao mesmo tempo, viver com qualidade de vida e desfrutar de espaços verdes e fácil acesso à linha costeira”, adianta a Savills.

Mercado de arrendamento a crescer

O estudo conclui ainda que o aumento gradual “a procura no mercado de arrendamento surge como “resposta ao aumento exponencial dos preços de venda, assim como a alterações nos perfis demográficos”. 

“Nos últimos dois anos, cerca de 110.000 novos contratos de arrendamento foram assinados na Área Metropolitana de Lisboa, o que representa mais de 30% do total nacional. No final de 2021, o valor médio dos novos contratos de arrendamento situava-se nos 11,18 euros por m2, revelando um decréscimo em relação ao valor médio observado em 2020, situado nos 11,69 euros por m2 e um decréscimo em relação a 2019 com um valor de 11,83 euros por m2”, revela a consultora.

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Build-to-Rent na mira dos investidores

O modelo Built-to-Rent começa agora a captar o interesse de promotores e investidores internacionais em Portugal, refere a consultora, salientando que além dos elevados custos de aquisição de uma casa “verifica-se uma mudança de paradigma provocada pelas novas gerações que promovem e defendem novos valores, como a mobilidade, a flexibilidade, o sentido de partilha e a comunidade”. 

“Atualmente, a aposta neste segmento ainda se concentra nos investidores e promotores internacionais que já estão presentes no mercado imobiliário e que pretendem diversificar os seus produtos”, conclui a Savills.