No último ano, a oferta de habitação para arrendamento diminuiu 60% no Porto, diz estudo. Porquê?
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Falta de casas para arrendar no Porto
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No Porto, como no resto do país, há falta de casas no mercado. A oferta de habitação é escassa perante tamanha procura, um desequilíbrio que tem explicado a subida dos preços das casas, quer para comprar quer para arrendar. Mas um novo estudo indica que cerca de 15% das habitações situadas na cidade Invicta estão fechadas e desabitadas. Porquê? Explicamos tudo neste artigo.

Mais de uma em cada 10 casas no Porto estão vazias. E, de acordo com as conclusões da "Radiografia do Mercado de Arrendamento em Portugal 2022" da Aluga Seguro e citada pela imprensa, há vários motivos que explicam o facto de estas casas não estarem no mercado de arrendamento:

  • Há falta de segurança jurídica para os proprietários as colocarem no mercado de arrendamento;
  • Elevada carga fiscal;
  • Morosidade da justiça;
  • Interesse pelo arrendamento turístico.

Estes fatores, juntos, estão a levar a que os proprietários retirem os seus imóveis do mercado de arrendamento. Durante o último ano, "a oferta de habitação para arrendamento diminuiu 60% no Porto", diz o documento. E esta redução de casas no mercado torna o Porto foi a mais acentuada entre todos os distritos que constituem o Grande Porto.

A falta de oferta de casas está a disparar as rendas no concelho do Porto, atingindo o valor médio de 993 euros/mês no último ano, diz o estudo. "A falta de oferta de imóveis para arrendamento e os elevados preços de aquisição de habitação própria e permanente tornam quase impossível para os inquilinos portugueses o arrendamento de um imóvel a preço acessível", refere o Francisco Reganha, diretor em Portugal da Aluga Seguro, citado no documento que foi publicado no início de julho.

"Para que a oferta de imóveis possa satisfazer a procura existente, é necessário que os proprietários tenham uma carga fiscal menos gravosa, segurança jurídica mais célere para os encorajar a colocar as suas propriedades no mercado". Francisco Reganha, diretor em Portugal da Aluga Seguro

Um em cada 20 imóveis é destinado ao AL

"Após a redução das restrições para controlar a crise sanitária causada pela Covid-19, muitos proprietários decidiram devolver as suas propriedades ao uso turístico, tal como faziam antes da pandemia", explica ainda Francisco Reganha. De notar que o Alojamento Local (AL) representa 5% do número total de propriedades no stock imobiliário do Porto, avança o relatório.

“O facto de um em cada 20 imóveis ser destinado ao arrendamento turístico torna extremamente difícil encontrar uma solução habitacional", sublinha o responsável.

Para travar a subida dos preços das casas em Lisboa e aumentar a oferta, foram criadas zonas de contenção em Lisboa no final de 2018. No Porto, até agora não há limites nos registos, mas já muito se tem falado em criar áreas de contenção de AL no centro histórico da Invicta. 

Casas vazias no Porto
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