Preços das casas subiram em quase todas as freguesias de Lisboa e do Porto. Mas onde subiram mais? Dados do INE respondem.
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Casas para comprar em Lisboa e no Porto
Foto de Remi Turcotte en Unsplash

Muito mudou no mercado residencial entre 2021 e 2022. Instalou-se uma guerra em solo europeu, que tem feito disparar a inflação em todos os mercados. Os preços da construção estão a subir a toda a velocidade e os créditos habitação estão mais caros por via da subida das taxas Euribor.

E também as casas continuam a ficar mais caras. Esta é uma realidade visível em todas as freguesias de Lisboa – à exceção de Santa Maria Maior – e também do Porto, mostram os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE). Estas são as freguesias das duas maiores cidades do país onde os preços das habitações mais subiram.

Onde é que os preços das casas mais sobem em Lisboa?

Entre janeiro e dezembro de 2021, observou-se uma descida dos preços das casas no centro de Lisboa face ao ano anterior, tal como noticiou o idealista/news em abril. Mas a realidade agora é outra: 23 das 24 freguesias da capital viram as casas ficarem mais caras entre abril de 2021 e março de 2022 (12 meses) e o período homólogo. A alta inflação - atingiu os 8,7% em junho no país e muito tem afetado os preços da construção -, a par da retoma do turismo e investimento estrangeiro na capital, podem ajudar a explicar esta viragem e a subida dos preços do mercado residencial lisboeta.

Marvila volta a ocupar o primeiro lugar entre as freguesias lisboetas onde o preço das casas mais está a subir. É aqui, onde se está a ser desenvolvido o empreendimento residencial Prata Riverside Village, que os preços das casas mais subiram (+28,8%), fixando-se nos 3.493 euros por metro quadrado (euros/m2), revelam os dados do INE publicados recentemente.

A freguesia de Campo de Ourique viu as casas ficarem 16,7% mais caras entre estes dois momentos e o Beato 15,1%. No total, conta-se 10 freguesias onde os preços das casas subiram mais do que no próprio município de Lisboa, que registou um salto de 9,3% e um preço mediano de 3.642 euros/m2.

Já a menor subida nos preços das casas para comprar foi observada em São Vicente, no centro da capital, de 1,5%, mostram os dados. E o segundo menor crescimento foi registado na Misericórdia (+2,1%).

A única freguesia de Lisboa onde as casas ficaram mais baratas foi Santa Maria Maior (-4,7%), no centro da capital. Mas, ainda assim, esta queda foi menor do que a registada entre 2021 e 2020 (-26,8%).

  • Onde é mais caro comprar casa em Lisboa? E mais barato?

É, sobretudo, no centro de Lisboa onde se encontram as casas mais caras de toda a capital. Santo António continua a ser a freguesia que apresenta as casas para comprar mais caras de todas, apresentando um valor mediano de 5.624 euros/m2 – aqui os preços subiram 3,7% no último ano terminado em março face ao período homólogo. Recorde-se que entre 2020 e 2021, os preços cairam 1,2%.

A segunda freguesia mais cara para adquirir uma casa é Santa Maria Maior, a única que viu os preços descer. Aqui comprar uma habitação custa 4.500 euros/m2. Misericórdia é a terceira freguesia mais cara, sendo preciso desembolsar, em termos medianos, 4.392 euros/m2 para adquirir uma habitação (+2,1%).

Contam-se nove freguesias que apresentam preços das casas superiores à média da capital, de 3.642 euros/m2. Isto quer dizer que comprar uma casa de 100 metros quadrados em 15 das 24 freguesias de Lisboa custa menos de 364.000 euros.

As casas mais baratas para comprar em Lisboa situam-se na periferia, na freguesia de Santa Clara (2.475 euros/m2). Logo a seguir estão os Olivais, com um custo mediano de 2.798 euros/m2. O Beato (2.849 euros/m2) e a Penha de França (3.136 euros/m2) são as únicas freguesias do centro de Lisboa que estão entre as cinco mais baratas para adquirir uma habitação.

Casas à venda no Porto: quais as freguesias onde os preços mais sobem?

No Porto, os preços das casas continuam a subir em todas as freguesias, até porque este é um dos concelhos do Grande Porto que reúne todos os ingredientes para atrair famílias para viver, tal como explicamos nesta reportagem. O preço mediano no concelho da Invicta situou-se nos 2.332 euros/m2, mais 6% do que no período homólogo, revela a publicação do INE.

Foi em Campanhã onde as casas ficaram mais caras entre os últimos 12 meses terminados em março de 2022 e o período homólogo – em concreto, os preços subiram 29%. Logo a seguir está a freguesia de Ramalde, registando um aumento de 13,1%.

Seis das sete freguesias portuenses registaram subidas nos preços das habitações superiores à do concelho do Porto (6%). A única exceção é a União de Freguesias da Cedofeita, Sto. Ildefonso, Sé, Miragaia, S. Nicolau e Vitória, que igualou este crescimento (6%).

  • Onde estão as casas mais baratas para comprar no Porto?

As famílias que procuram as casas aos preços mais acessíveis para viver no Porto podem procurar em Campanhã. É aqui que se encontram as casas mais baratas do concelho, tendo o custo de 2.078 euros/m2. Isto quer dizer que uma casa de 100 m2 custará, em termos medianos, 207.800 euros nesta freguesia.

Outra freguesia a considerar é Paranhos, onde os preços das casas se situam nos 2.143 euros/m2. E também o Bonfim, onde comprar casa tem um custo ligeiramente superior, de 2.145 euros/m2.

Há três freguesias da cidade Invicta que reúnem as casas para comprar mais caras de todas, apresentando preços superiores à mediana do município do Porto: a União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde (3.185 euros/m2), a União U.F. de Lordelo do Ouro e Massarelos (2.694 euros/m2) e a União de Freguesias de Cedofeita, Sto. Ildefonso, Sé, Miragaia, S. Nicolau e Vitória (2.633 euros/m2).

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