Construção limpa e modular é o caminho para a sustentabilidade e habitação acessível, diz especialista internacional em entrevista.
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Cidades sustentáveis
Hélène Chartier, diretora de planeamento urbano e design na C40 | Projeto vencedor para a Mouraria, Lisboa Reiventing Cities | C40

As alterações climáticas fazem parte da realidade de hoje e é preciso reinventar as cidades de amanhã. Por isto mesmo, é “urgente aumentar a reabilitação energética dos edifícios” e “reduzir o transporte privado e os veículos emissores nas cidades”, garante em entrevista Hélène Chartier, diretora de planeamento urbano e design no C40, uma rede global que une quase 100 autarcas em ações para enfrentar a crise climática, da qual faz parte Lisboa. Uma destas suas iniciativas é a competição internacional Reinventing Cities, que vem premiar projetos de regeneração urbana sustentáveis, mostrando que “os projetos urbanos verdes são viáveis quando as cidades e o setor privado colaboram”. Aqui os estudantes também são convidados a participar, tendo reinventado a Mouraria, num “bairro conectado verde e resiliente” da capital portuguesa.

Não há dúvidas que a transição energética é necessária e que o momento para agir é agora. Mas “as cidades não podem fazer o trabalho sozinhas”, alerta Hélène Chartier, sublinhando que “precisamos estar unidos em ações para criar um futuro urbano verde e justo”.  Aqui, “a colaboração público-privada é crucial para envolver todos os setores na transição justa e para garantir que os objetivos estão alinhados”, reforça em entrevista ao idealista/news.

Neste contexto, as iniciativas da Reinventing Cities - competição global que nasceu em 2017 e está na sua 3ª edição – “desempenham um papel fundamental na promoção da colaboração entre as cidades, os jovens e o setor privado”, criando projetos vêm acelerar a regeneração urbana descarbonizada e resiliente em 20 cidades do mundo. Dos EUA a Singapura até Milão, a iniciativa já conta com 39 projetos vencedores no terreno, que visam construir mais casas acessíveis e com zero emissões e ainda criar espaços públicos verdes e pensados para as pessoas, em detrimento dos veículos.

“À medida que abraçamos o futuro, uma abordagem personalizada é a chave para criar ambientes urbanos sustentáveis, resilientes e prósperos no mundo"

Também aqui os jovens e estudantes são chamados a reinventar bairros em novos espaços verdes, com melhor qualidade de vida e menos emissões, participando na iniciativa “Students Reinventing Cities”. Um dos bairros reinventados pelos estudantes foi a Mouraria, em Lisboa. O bairro lisboeta imaginado pela equipa Dreamers Inc. da Universidade de Lund (Suécia) foi o vencedor, tendo transformado a Mouraria num “bairro conectado e resiliente”, apostando na mobilidade verde, bem como na “transformação de edifícios subutilizados, como o mosteiro do Largo da Rosa, em espaços multifuncionais com painéis solares e telhados verdes”. Além disso, a proposta vencedora ofereceu ainda habitação sénior, hortas urbanas, jardins de infância, habitação acessível e espaços para eventos, que, juntos, “promovem a interação interjecional e uma vida sustentável”, acredita a responsável.

Estas cidades e bairros reinventados em nome do ambiente não só têm o poder de transformar espaços urbanos, mas também serem modelos a seguir noutros territórios do mundo, sendo devidamente adaptados às suas necessidades atuais e futuras, bem como aos efeitos exercidos pelas alterações climáticas a nível local. “À medida que abraçamos o futuro, uma abordagem personalizada é a chave para criar ambientes urbanos sustentáveis, resilientes e prósperos em todo o mundo”, defende a diretora de planeamento urbano e design no C40, que está a apoiar as cidades adotarem medidas de ação climática e a projetarem as suas cidades de amanhã, desde já. Descobre como na entrevista que partilhamos em seguida.

Bairros sustentáveis em Lisboa
Projeto da Mouraria, em Lisboa Reiventing Cities | C40

Como surgiu o projeto Reinventing Cities? Qual é o seu propósito?

A competição Reinventing Cities, liderada pelo C40, visa acelerar o desenvolvimento urbano neutro em carbono nas cidades do mundo. Hoje, conta com a participação de 20 grandes cidades, como Milão, São Francisco, São Paulo, a Cidade do Cabo ou Singapura. E tem 39 projetos vencedores a serem implementados no terreno.

Sendo uma resposta à emergência climática, esta iniciativa foi criada para responder à necessidade urgente de mudar a forma como as cidades são projetadas e construídas. A competição convida profissionais criativos, incluindo arquitetos, projetistas, promotores e especialistas, a colaborar com as cidades para transformar espaços subutilizados em projetos urbanos resilientes, neutros em carbono e focados na comunidade. Através de projetos inovadores, pretendemos criar modelos e acelerar a regeneração urbana descarbonizada e resiliente em todo o mundo.

O programa foi inicialmente inspirado no Réinventer Paris, uma iniciativa lançada em 2015 por Anne Hidalgo, autarca de Paris e ex-presidente do C40, que incluiu 23 espaços urbanos para reinventar em toda a capital francesa. O programa Reinventing Cities liderado pelo C40 está em a funcionar desde 2017, com alcance global e foco na sustentabilidade. Estamos agora na terceira edição da competição Reinventing Cities e pretendemos lançar a quarta edição no final de novembro deste ano. Fiquem atentos!

"Através de projetos inovadores, pretendemos criar modelos e acelerar a regeneração urbana descarbonizada e resiliente em todo o mundo".

Como é que os projetos vencedores são financiados? A própria cidade paga pela implementação dos projetos?

As equipas que pretendam participar na competição da Reinventing Cities devem ter capacidade financeira para implementar o projeto. Portanto, as equipas devem ter, pelo menos, um promotor ou investidor imobiliário ou outros mecanismos de financiamento.

Em média, um consórcio bem-sucedido que entra nesta competição conta com cerca de 14 empresas e organizações multidisciplinares, incluindo arquitetos, designers, especialistas ambientais, startups, entre outras entidades, às quais se junta um financiador. Depois de anunciados os projetos vencedores, o consórcio premiado assina contrato com a cidade ou com o proprietário do terreno, e é responsável por dar vida ao projeto.

A competição Reinventing Cities valoriza, sobretudo, a ambição ambiental dos projetos (mais do que a oferta financeira). Houve, ainda assim, alguns casos em que adotámos uma abordagem diferente, criando, por exemplo, concursos de design dedicados a espaços públicos, como na cidade de São Paulo. O C40 gere o programa de forma flexível, para acomodar espaços urbanos, contextos, tipos imóveis e métodos de aquisição local que variam de cidade para cidade. Independentemente do modelo de competição, é vital garantir que os projetos têm o investimento financeiro necessário para que a sua implementação seja bem-sucedida.

Habitação acessível
Kelsey Civic Center, em São Francisco (EUA) Reiventing Cities | C40

Como podemos envolver estudantes, cidades e o setor privado na criação de cidades mais sustentáveis ​​do ponto de vista social e ambiental?

As cidades não podem fazer o trabalho sozinhas. Precisamos de estar unidos em ações para criar um futuro urbano verde e justo. As iniciativas da Reinventing Cities desempenham um papel fundamental na promoção da colaboração entre as cidades, os jovens e o setor privado.

Nomeadamente, a colaboração público-privada é crucial para envolver todos os setores na transição justa e para garantir que os objetivos estão alinhados. Precisamos de ir além dos negócios habituais – os projetos com zero emissões de carbono devem tornar-se a nova norma. Programas como o Reinventing Cities mostram isso mesmo: os projetos urbanos verdes são viáveis quando as cidades e o setor privado colaboram.

Paralelamente, em resposta ao crescente interesse dos jovens na ação climática e em participar no desenvolvimento urbano, lançámos uma iniciativa “irmã”, a Students Reinventing Cities, que convida os jovens e estudantes universitários de todo o mundo a repensar e transformar bairros em espaços verdes prósperos, promovendo a melhoria da qualidade de vida e a redução das emissões. Através desta iniciativa, pretendemos capacitar os jovens para colaborarem com os executivos municipais e partilharem a sua visão para um futuro urbano mais sustentável e inclusivo. Acreditamos que é crucial formar a próxima geração de profissionais em sustentabilidade, uma vez que serão os estudantes de hoje que vão moldar as cidades de amanhã.

"É crucial formar a próxima geração de profissionais em sustentabilidade, uma vez que serão os estudantes de hoje que vão moldar as cidades de amanhã".

Qual é o balanço do projeto Reinventing Cities desde a sua criação até agora? Em que cidades do mundo o vosso projeto tem tido um maior impacto?

A Reinventing Cities foi desenvolvida em cinco regiões do mundo e alcançou um sucesso significativo, particularmente na Europa e na América do Norte (em cidades como Milão, Roma, Madrid, Lyon, Paris, Reykjavik, Oslo e Chicago, Houston, Montreal, São Francisco ou Phoenix). No fundo, estas cidades usam a competição como uma ferramenta para revitalizar áreas urbanas.

A competição também obteve um sucesso notável em São Paulo, Singapura e Auckland, onde os projetos vencedores estão agora a ser implementados no terreno. Na África do Sul, a Cidade do Cabo está atualmente a avançar para a fase final da competição, a qual obteve uma participação significativa de vários intervenientes locais.

A iniciativa é um modelo dinâmico e flexível que se ajusta às regulamentações locais, aos requisitos de cada cidade e aos respetivos desafios climáticos. Para a próxima edição, o nosso objetivo passa por envolver um maior número de cidades de diversas regiões do mundo.

Até agora, a Reinventing Cities teve um grande impacto em todo o mundo, uma vez que os projetos vencedores ajudaram a estabelecer novos padrões nacionais e aumentaram a ambição climática. Prova disso é a construção do primeiro edifício em altura neutro em carbono e que terá 100% de habitação social em Chicago; o primeiro bairro com zero carbono em Paris; o maior edifício de madeira da Europa; e a maior quinta solar urbana dos EUA.

Espaços públicos sustentáveis
Milano per LOC, Itália Reiventing Cities | C40

Destaque alguns projetos vencedores da competição internacional Reinventing Cities. O que os distingue?

Atualmente, temos 39 projetos vencedores que estão a ser implementados em 20 cidades em todo o mundo. Estes são alguns que se destacam. Só na cidade italiana de Milão, há 9 projetos da Reinventing Cities que estão a ser desenvolvidos, como é o caso do:

  • Aria, que será uma das maiores intervenções habitacionais acessíveis deste milénio e o primeiro edifício carbono negativo em Milão a funcionar com energia 100% renovável.
  • Milano per LOC vai transformar uma rotunda de tráfego intenso num espaço para as pessoas, dedicado à mobilidade de baixas emissões e à intermodalidade. O projeto cria 24.400 m2 de espaço público, com 69% da superfície dedicada a áreas públicas. Este projeto pretende ser concluído a tempo para os Jogos Olímpicos de 2026.

Em São Francisco (EUA), o Kelsey Civic Center será uma comunidade urbana vibrante que vai oferecer 112 casas para residentes de todos os rendimentos e condições físicas. O projeto propõe um modelo de habitação acessível voltada para pessoas portadoras de deficiência, mostrando como a sustentabilidade e a equidade podem andar de braço dado. A construção do projeto arrancou em junho e deverá ser inaugurado em 2025.

Em São Paulo (Brasil), há quatro praças públicas que estão a ser transformadas para criar um ambiente mais amigável e seguro para as pessoas, aumentando as áreas verdes ​​e a resiliência. As áreas estão ligadas por uma estrada conhecida como Rótula Central e foram todas identificadas como locais de regeneração urbana. A construção está prevista para começar no final do ano e ser concluída antes de julho de 2024.

"Proposta vencedora [para a cidade de Lisboa] reinventa a Mouraria num bairro conectado e resiliente"

Em Portugal, quais são os projetos em competição na edição de 2023 da Reinventing Cities?

A cidade de Lisboa participou no Students Reinventing Cities. Depois de receber 19 propostas de qualidade vindas de várias universidades mundiais, a proposta desenhada pela equipa Dreamers Inc. da Universidade de Lund (Suécia) foi a escolhida como vencedora pelo júri. Esta proposta vencedora reinventa a Mouraria num bairro conectado e resiliente, ao transformar espaços de estacionamento em parques com instalações para bicicletas, estabelecendo percursos pedonais e introduzindo um sistema de transportes mais sustentável.

A proposta também transforma edifícios subutilizados na Mouraria, como o mosteiro do Largo da Rosa e parques de estacionamento, em espaços multifuncionais com painéis solares e telhados verdes, oferecendo habitação sénior, quintas urbanas, jardins de infância, habitação a preços acessíveis e espaços para eventos, que, todos juntos, promovem a interação intergeracional e uma vida sustentável.

O projeto faz parte da iniciativa mais ampla chamada HUB-IN, que quer regenerar áreas históricas em toda a Europa. De notar ainda que a proposta vencedora será apresentada como modelo exemplar para outras cidades num webinar ainda este ano.

Edifícios sustentáveis em Lisboa
Bairro da Mouraria, Lisboa Reiventing Cities | C40

O que é mais urgente mudar nas cidades para que possamos ter um futuro mais sustentável? Por onde é que se deve começar?

Embora as cidades ocupem apenas 2% da superfície terrestre a nível mundial, estes espaços urbanos contribuem consideravelmente para as emissões globais. Os espaços urbanos são dos que mais contribuem para as alterações climáticas, emitindo cerca de 40% dos gases com efeito de estufa a nível global, especialmente devido aos recursos materiais e energéticos. Só as cidades consomem cerca de 75% da energia mundial.

Como organização, as cidades C40 estão a estabelecer metas ambiciosas para reduzir coletivamente as emissões para metade até 2030 e alcançar a neutralidade carbónica até 2050. Precisamos de agir agora e acelerar um desenvolvimento urbano com zero emissões de carbono. Até porque a forma como as cidades são projetadas e construídas desempenha um papel fundamental neste desafio.

Para fazer a transição para um futuro sustentável, é fundamental descarbonizar os materiais de construção e reduzir a energia necessária nos edifícios e infraestruturas. Atualmente, as taxas anuais de reabilitação energética nos edifícios continuam a ser inferiores a 1%, em média, pelo que existe uma necessidade urgente de aumentar estas taxas e de tomar medidas para melhorar a eficiência energética do parque imobiliário existente.

É também urgente reduzir o transporte privado e os veículos emissores nas cidades. E é, por isso, que o desenvolvimento urbano compacto e centrado nas pessoas é crucial. Para que isso seja possível, precisamos de adotar uma abordagem holística a nível dos bairros. Isto envolve considerar os transportes, a mobilidade ativa, a utilização de recursos e os hábitos dos residentes para facilitar uma transição sustentável e melhorar a qualidade de vida geral. Ao abraçar o conceito de proximidade, seguindo o modelo de “cidade de 15 minutos” ou abordagens semelhantes, podemos encorajar cidades policêntricas a minimizar viagens desnecessárias, criando bairros mais ativos, verdes e prósperos.

"Desde o combate às inundações e ao aumento da eficiência energética até à revolução dos sistemas de transporte, a necessidade de personalizar soluções urbanas nunca foi tão evidente".

Há cidades que precisam de ser reinventadas com mais urgência? Se sim, quais? E porquê?

Preparar todas as nossas cidades de amanhã para o futuro é da maior importância. Até 2050, estima-se que 70% da população mundial vai residir em áreas urbanas, o que colocará desafios substanciais para as cidades nos próximos anos. Os efeitos das alterações climáticas são visíveis nas cidades de todo o mundo. Algumas regiões são mais afetadas do que outras: por exemplo, cidades localizadas em climas mais quentes e secos ou cidades costeiras, que têm alto risco.

Para se adaptarem eficazmente e resistirem aos riscos climáticos futuros, as cidades do mundo devem implementar estratégias urgentes que priorizem as pessoas, a resiliência e a sustentabilidade. Em todos os cantos do globo, as cidades e regiões enfrentam desafios únicos, exigindo uma estratégia focada e flexível para responder às suas necessidades específicas. Desde o combate às inundações e ao aumento da eficiência energética até à revolução dos sistemas de transporte, a necessidade de personalizar soluções urbanas nunca foi tão evidente.

À medida que abraçamos o futuro, uma abordagem personalizada é a chave para criar ambientes urbanos sustentáveis, resilientes e prósperos em todo o mundo. A C40 está a apoiar cidades do mundo a adotarem medidas de ação climática e a projetarem as suas cidades de amanhã.

Casas sustentáveis e baratas
Aria, Milão Reiventing Cities | C40

Quais são os princípios básicos para promover uma “construção limpa”?

Uma vez que o setor da construção é responsável por mais de 23% das emissões mundiais de gases com efeito de estufa (GEE), torna-se imperativo dar prioridade a medidas destinadas a reduzir essas emissões. As chamadas “emissões incorporadas”, que surgem da construção, representam cerca de um terço das emissões totais dos edifícios. Um dos principais critérios obrigatórios para todos os projetos da Reinventing Cities é a construção limpa e o ciclo de vida do edifício.

Seguindo a hierarquia de construção promovida pela C40, as cidades precisam de dar prioridade aos ativos existentes e optar pela transformação em vez da demolição. Além disso, a reutilização, a seleção eficiente de materiais e a avaliação das emissões ao longo do ciclo de vida dos projetos urbanos são práticas extremamente importantes. Por exemplo, há que optar por materiais de construção com emissões mais baixas, como materiais de base biológica, madeira ou recursos reciclados.

Além disso, é de extrema importância planear e projetar edifícios de forma flexível, utilizando materiais pré-fabricados e métodos de construção modular que permitam, no futuro, adaptar as construções. Assim, uma habitação pode ser facilmente transformada num escritório (ou ao contrário).

É também crucial criar edifícios resistentes às alterações climáticas e olhar também para a sua eficiência energética, isolamento térmico e a biodiversidade. Portanto, um edifício limpo é aquele que analisa as suas emissões ao longo do ciclo de vida, que é planeado para ter resiliência e concebido de forma flexível e circular.

"A cidade de proximidade promove uma combinação de usos e de pessoas, promove a acessibilidade a equipamentos, serviços e parques essenciais, incentiva a mobilidade ativa e hábitos mais sustentáveis"

Como é que as cidades se podem tornar mais sustentáveis no futuro? Promover cidades dos 15 minutos é o caminho? Porquê?

As cidades do mundo estão em rápida expansão, o que apresenta novas oportunidades e desafios. Precisamos de nos afastar dos modelos urbanos do passado que priorizavam os carros em detrimento das pessoas. Neste sentido, a densidade urbana pode oferecer uma forma de vida mais verde, construindo cidades compactas e com baixas emissões de carbono, enquanto permite prevenir a expansão urbana.

O modelo de 'cidade de 15 minutos' (ou 'cidade de proximidade', 'bairro dos 20 minutos', 'bairro vital', etc.) oferece uma visão de uma cidade policêntrica composta por múltiplos bairros “completos”, onde os residentes locais podem encontrar soluções para as suas necessidades diárias caminhando pouco ou deslocando-se numa bicicleta.

O último relatório do The Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) sublinhou a importância do planeamento espacial integrado e destacou o conceito da 'cidade de 15 minutos', no qual a vida urbana é organizada para que as pessoas possam aceder a todos os serviços de que necessitam nas suas imediações, afirmando que este modelo pode contribuir para um melhor ordenamento do território e reduzir as emissões de GEE entre 23-26% até 2050.

A cidade de proximidade promove uma combinação de usos e de pessoas, promove a acessibilidade a equipamentos, serviços e parques essenciais, incentiva a mobilidade ativa e hábitos mais sustentáveis. Este modelo integrado é crucial e adaptável a diferentes contextos e pode melhorar significativamente a qualidade de vida e reduzir as emissões.

Espaços públicos sustentáveis
Praças públicas em São Paulo, Brasil Reiventing Cities | C40

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