
A presidente da Comissão Europeia (CE) foi, esta quinta-feira (18 de julho de 2024), reconduzida no cargo, para um novo mandato de cinco anos. Ursula von der Leyen reforça a votação de há cinco anos, com 401 votos a favor dos eurodeputados (acima dos 360 necessários), 284 contra, 15 abstenções e 7 votos nulos. Momentos antes de ser reeleita, anunciou a criação de duas novas pastas de comissários europeus, um para gerir migrações no Mediterrâneo e um para a Habitação, visando maior acessibilidade na União Europeia (UE).
Na apresentação das suas prioridades para o novo mandato de cinco anos, que decorreu antes da votação para o cargo, Ursula von der Leyen anunciou que nomeará, pela primeira vez, “um comissário diretamente responsável pela Habitação”.
“Habitação não é vista com uma questão europeia”
“Iremos desenvolver um Plano Europeu para a Habitação Acessível para analisar todos os fatores que estão na origem da crise e ajudar a desbloquear o investimento público e privado necessário”, indicou, admitindo que, de momento, “a habitação não é vista como uma questão europeia”, mas a UE poderá apoiar à resolução dos problemas.
Perante os eurodeputados, a responsável especificou que “a Europa enfrenta uma crise de habitação, que afeta pessoas de todas as idades e famílias de todas as dimensões”, pois os “preços e as rendas estão a subir em flecha” e as “pessoas estão a lutar para encontrar casas a preços acessíveis”. Uma situação, de resto, que afeta Portugal.
"Europa enfrenta uma crise de habitação, que afeta pessoas de todas as idades e famílias de todas as dimensões"
Ursula von der Leyen, presidente da CE
Um setor também importante para Portugal e mencionado por Ursula von der Leyen foi o da agricultura, tendo a presidente da CE referido que, após diálogos com agricultores no seguimento dos intensos protestos, vai agora certificar-se de que estes “recebem um rendimento justo” e prometeu “incentivos mais inteligentes e de mais inovação e acesso ao capital”.

Foco nas migrações
Outra das medidas que consta no seu programa e propostas está relacionada com as migrações, tendo a presidente anunciado, antes de saber se seria reeleita, a criação (também) de um comissário europeu para gerir migrações no Mediterrâneo.
“Precisamos de uma abordagem comum em matéria de regressos [no âmbito das migrações], para os tornar mais eficazes e dignos e precisamos de desenvolver as nossas parcerias globais, em especial na nossa vizinhança meridional. A região mediterrânica deve merecer toda a atenção e é por esta razão que nomearei um comissário para a região e proporei uma nova Agenda para o Mediterrâneo, juntamente com Kaja Kallas [futura chefe da diplomacia comunitária], porque o futuro das duas margens do Mediterrâneo é um e o mesmo”, declarou.
"Fronteiras mais seguras também ajudarão [a UE] a gerir a migração de uma forma mais estruturada e justa”
Ursula von der Leyen, presidente da CE
De acordo com Ursula von der Leyen, “fronteiras mais seguras também ajudarão [a UE] a gerir a migração de uma forma mais estruturada e justa”.
“É uma boa notícia para a Europa", diz António Costa
O presidente eleito do Conselho Europeu, António Costa, felicitou Ursula von der Leyen pela reeleição enquanto presidente da CE, considerando que a votação expressiva "é uma boa notícia" para a UE.
"Muitos parabéns a Ursula von der Leyen pela sua reeleição no Parlamento Europeu, com base numa maioria muito abrangente. É uma boa notícia para a Europa e para os europeus", escreveu António Costa na rede social X (antigo Twitter).
“Será um gosto trabalhar em equipa pela Europa”, acrescentou o ex-primeiro-ministro de Portugal.
Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, felicitou Ursula von der Leyen pela sua eleição, enaltecendo “a maioria reforçada alcançada” no Parlamento Europeu.
Numa nota enviada à Lusa, o chefe de Estado “felicitou Ursula von der Leyen pela sua reeleição” e considera que “a expressiva votação e a maioria reforçada alcançada demonstram que os europeus são capazes de chegar a importantes convergências quando está em causa o seu futuro comum”.
“Significa, também, o reconhecimento pela importância do trabalho realizado por Ursula von der Leyen, bem como pela qualidade da liderança com que tem conduzido a UE em tempos de grande turbulência geopolítica. E permite-nos, finalmente, ter esperança na aptidão dos europeus para enfrentarem riscos e desafios globais”, conclui.
*Com Lusa
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