
Com os preços das casas em alta no país, são muitos os portugueses que, podendo, juntam as respetivas poupanças com o objetivo de comprar casa. Segundo o estudo “Consumer Sentiment Survey 2024” da Boston Consulting Group (BCG), divulgado a propósito do Dia Mundial da Poupança, que se celebrou a 31 de outubro, comprar casa é uma prioridade para a alocação da poupança para 22% dos inquiridos, dois pontos percentuais (p.p.) acima do ano passado. Segue-se a compra de um carro (13%) e outros bens de consumo (10%), percentagens que se mantêm inalteradas face à edição anterior do estudo.
Segundo a Lusa, que se apoia no referido estudo, mais de 60% dos portugueses só consegue poupar menos de 10% do seu salário líquido e 38% guarda menos de 5% do que recebe. Os dados em causa, relativos aos hábitos de poupança dos portugueses, representam uma ligeira recuperação face aos 66% e 41%, respetivamente, registados em 2023.
O estudo conclui ainda que dois em cada 10 portugueses (20%) poupa entre 10% a 20% do seu salário líquido, um aumento de quatro p.p. face ao ano passado, enquanto 9% reserva 20% a 30% e, tal como em 2023, apenas 5% consegue economizar mais de 40% do que aufere.
Quando conseguem poupar, 63% dos portugueses destinam essa fração dos rendimentos para responder a potenciais imprevistos, 39% para acumular para a reforma e 33% para viajar, sendo que nestas duas últimas categorias se verificou uma subida de três p.p. face a 2023.
Segundo Tiago Kullberg, managing director e partner na BCG Lisboa, “a maioria dos portugueses continua a não conseguir poupar, gastando a maior parte do que aufere com necessidades básicas e alocando o capital que consegue amealhar em investimentos de baixo risco”.
“Neste contexto, as empresas devem tentar diferenciar a oferta, otimizando a sua estratégia de preços e descontos e melhorando o seu ‘modus operandi’ na promoção e distribuição de produtos, bem como os canais físicos e digitais onde estão presentes, de modo a serem mais atrativas para os consumidores”, afirma o responsável, considerando que “urge apostar em literacia financeira a nível nacional” para haver “cidadãos mais bem informados e capacitados”.
O “Consumer Sentiment Survey 2024” tem como base um inquérito a 1.000 portugueses em todo o território de Portugal continental, conduzido entre 6 e 20 de agosto de 2024, com base em 38 perguntas relacionadas com o sentimento dos inquiridos relativamente aos seus hábitos de consumo este ano.
*Com Lusa
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