Cada casa é única: o valor da mediação imobiliária de proximidade

Tal como o nome indica, os imóveis não saem do sítio, estão implantados no terreno, sendo por isso a sua potencial valorização condicionada por tudo o que se passa à sua volta – para o bem e para o mal. E não há casas iguais, mesmo que em planta o sejam, nunca têm exatamente a mesma luz ou vista. A localização e carácter único de cada habitação acabam por ter um enorme impacto na atividade da mediação imobiliária, que se quer próxima do vendedor e comprador.

A localização, celebre característica da avaliação imobiliária, faz com que para que se consiga transacionar e valorizar um imóvel, seja necessário conhecer bem o país, cidade ou bairro onde o imóvel se insere. Mais: essa mesma característica condiciona o próprio segmento de mercado ao nível do público-alvo (alto, médio/alto, médio e baixo). 

Além disso, o facto de cada imóvel ser único, envolve-o quase naturalmente noutro ponto crucial que é o da escassez. O preço pode subir ou descer em função da procura e oferta de imóveis similares, pelo que para se conseguir obter produto imobiliário para transacionar é mesmo necessário garantir proximidade com o proprietário.

Durante décadas este caminho foi trilhado no canal offline - ou seja, na rua -, porque é onde se encontram os imóveis que estão com os proprietários. A mediação de proximidade é muito importante para conjugar com outras técnicas e meios de abordagem. Apesar do canal online garantir cobertura, o offline reina quando se pretende garantir proximidade. E é por isso que técnicas bem executadas, como a do porta-a-porta, ainda têm resultados relevantes e muito eficazes para obtenção de contactos que mais ninguém tem. 

Mas não valerá a pena fazer nenhuma ação de porta-a-porta para chegar ao proprietário sem se conseguir primeiro uma relação de confiança com a comunidade ou target do segmento, zona ou bairro. Conhecer e dar-se a conhecer de forma planeada e consistente são atividades de extrema importância para quem é agente imobiliário e quer trabalhar verdadeiramente a proximidade e o posicionamento.

Este posicionamento – que pode ser geográfico ou demográfico - não pode ser trabalhado apenas no digital. A confiança ganha-se de forma muito mais efetiva quando estamos próximos e interagimos diretamente com pessoas, de forma repetida, constante e, claro, acrescentado sempre valor, com informações do mercado imobiliário local (sendo para isso necessário estar fisicamente na zona).

Freepik

Dicas essenciais para praticar mediação de proximidade

Para construíres autoridade na atividade imobiliária reconhecendo o carácter único e fixo das habitações é preciso, em resumo:

Conhece a zona

Torna-te especialista da zona. Conhece os imóveis, o meio envolvente, as pessoas, os hábitos, os ciclos, a evolução e a tendência dos preços e dos impactos a curto, médio e longo prazo.

Dá-te a conhecer

Estabelece relações de confiança com as pessoas influentes e conhecidas na tua área geográfica de atuação, de forma que estas consigam reconhecer o teu profissionalismo na compra e venda de um imóvel ou de qualquer outro serviço imobiliário. 

Pratica mediação de proximidade 

A mediação imobiliária de proximidade constrói-se aos poucos, seguindo estratégias que podem passar por:  

• Participar em eventos locais;
• Fazer porta-a-porta junto da comunidade fornecendo informação de valor (marketing de permissão);
• Explorar hobbies que te envolvam com a comunidade;
• Ajudar associações do bairro ou da comunidade;
• Especializa-te em como se vive na tua zona, bairro ou segmento;
• Desenvolver marketing de conteúdo específico para cada público-alvo;
• Comunicar no digital com informação recolhida no terreno. 

Sabemos que o mercado imobiliário tende a evoluir muito no digital à medida que vão surgindo cada vez mais ferramentas tecnológicas. Mas também é verdade que a diferenciação dos profissionais será trilhada cada vez mais pela sua capacidade de criação de conexão, contemplação e proximidade com a comunidade, ou não fosse este um negócio de pessoas para pessoas.