
A procura de casas de luxo em países como Portugal, Grécia, Itália, e Espanha por um perfil de compradores estrangeiro com elevado poder de compra continua a destacar-se apesar do atual contexto económico de incerteza, revela a Berkshire Hathaway HomeServices. A imobiliária de Warren Buffett explica que a “qualidade de vida” nestes países mantém o interesse do investimento estrangeiro. Trata-se de destinos de sol, praia, campos de golfe, com boa gastronomia e, também, benefícios fiscais.
De acordo com um estudo da agência imobiliária, a Europa confirma-se como o destino preferido dos compradores estrangeiros, em particular os países do arco mediterrâneo. A paridade euro-dólar despertou o interesse de americanos e canadenses, especialmente na Itália e na Grécia, que também oferecem maiores benefícios fiscais.
Após a pandemia do coronavírus, cresce o interesse por essas zonas, principalmente para gestores e funcionários que podem trabalhar remotamente. Esse aumento da procura está a fazer com que a oferta, principalmente de propriedades de luxo, se torne escassa em muitos mercados.
Por que é que os países do sul da Europa são atrativos?
- Portugal está a atrair compradores dos EUA e do resto da Europa, apesar de um stock limitado de casas luxo, de acordo com Joe Pyke, diretor administrativo do escritório da empresa em Portugal. “Estamos a ver compradores principalmente do Reino Unido, porque se fala muito inglês aqui.Também estamos a assistir a um afluxo de compradores dos EUA, especialmente da Costa Oeste, provavelmente devido ao clima imbatível. O custo de vida também é muito barato, assim como o seguro saúde”, explica.
- Espanha também tem sentido um maior afluxo de compradores dos EUA e Canadá devido à sua relativa acessibilidade. No entanto, os altos impostos podem empurrar os compradores para países com menor responsabilidade fiscal, como a Itália.
- As condições fiscais em Itália são um atrativo para famílias de elevados rendimentos, mas a qualidade de vida vem em primeiro lugar, de acordo com Marcus Benussi, sócio-gerente da Berkshire Hathaway HomeServices MAGGI Properties Agency, que apontou Roma como o exemplo a seguir. Está a passar por um renascimento e muitas residências foram reformadas nos últimos anos.
- Na Grécia, as preocupações globais e económicas empurraram os preços para baixo, segundo o relatório. O país tem um vantajoso programa Golden Visa, que coloca os compradores no caminho relativamente fácil para uma autorização de residência com um investimento de apenas 250.000 euros, praticamente o mesmo em dólares. Além disso, espera-se que os descontos de IVA na construção de novas casas continuem até 2024. Os destinos insulares de Creta ou Corfu são particularmente procurados, assim como apartamentos de luxo em Atenas.
O relatório também cobriu a área de Londres, lar de investimentos de elevado património líquido. A compra de casas na capital britânica está a voltar à medida que a vida e o trabalho foram retomados após a pandemia. Estudantes e executivos internacionais voltaram e a força do dólar pode atrair mais compradores americanos. Ainda assim, cerca de 55% das transações na cidade são feitas por compradores do Reino Unido.
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