O segmento residencial premium mostrou-se resiliente aquando da chegada da pandemia da Covid-19 e está também a dar boa resposta agora em tempos de guerra na Europa. Isso mesmo mostram os dados mais recentes da mediadora de luxo Engel & Völkers (E&V), que viu o negócio em Portugal crescer no primeiro semestre do ano. “Este crescimento exponencial explica-se pela forte procura interna, que já apresentava uma tendência de forte subida desde o ano passado, bem como pelo regresso ao mercado português dos investidores estrangeiros”, revela Juan-Galo Macià, presidente da E&V para Espanha, Portugal e Andorra.
A mediadora adianta, em comunicado, que registou um volume de negócios recorde de 119,2 milhões de euros entre janeiro e julho, o que representa uma subida de 124,8% face ao mesmo período do ano passado. Já o preço médio das propriedades vendidas superou os 522.000 euros, um valor 30% superior ao verificado no período homólogo. As estimativas da multinacional alemã apontam para que 2022 seja o melhor ano de sempre em Portugal, devendo ser superado o volume de negócios alcançado no ano passado (168 milhões de euros).
No primeiro semestre, a E&V intermediou um total de 292 operações, das quais 228 referem-se a operações de venda, o que representa um crescimento de 72,7% face ao mesmo período de 2021. As restantes 64 foram operações no mercado de arrendamento de primeira qualidade (+23,1% que no período homólogo).
“A robustez dos nossos resultados excedeu as nossas previsões mais otimistas. Em apenas seis meses conseguimos superar o volume total registado nos 12 meses de 2019, antes da pandemia (107 milhões em 2019)”, salienta Juan-Galo Macià.
Engel & Völkers vai continuar a contratar
Segundo o responsável, do lado da oferta observa-se também “alguma escassez, em particular de propriedades no segmento premium, o que pressiona a subida dos preços quer na venda, quer no arrendamento”.
“Estamos numa conjuntura económica dominada pela incerteza, quer pelos efeitos da situação na Ucrânia, quer pelo impacto que poderá ter a subida dos juros por parte dos bancos centrais, nomeadamente no mercado hipotecário e no setor imobiliário. [Apesar disso], vamos continuar a reforçar os nossos investimentos tecnológicos, a aumentar o número de consultores imobiliários que colaborem sob a nossa marca e pretendemos continuar a nossa expansão em Portugal, assente no nosso bem-sucedido modelo de negócio”, conclui.
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