Queda nas avaliações dos centros comerciais chegará ao fim em 2024, mas a dos escritórios deve manter-se.
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Setor imobiliário em Espanha
EPRA | Iberian Property

Este ano é visto como crucial para dois dos segmentos imobiliários mais tradicionais em Espanha: centros comerciais e escritórios. Isto mesmo explicaram alguns dos principais líderes do mercado numa conferência organizada pela EFPA e pela Iberian Property que se realizou em Madrid esta terça-feira (6 de fevereiro de 2024). Os especialistas antecipam que a queda nas avaliações dos centros comerciais chegará ao fim em 2024, mas a dos escritórios manter-se-á. 

Ismael Clemente, CEO da Merlin Properties, afirmou durante a sexta edição da Iberian Reit & Listed Conference – o idealista foi media partner do evento – que ao longo deste ano “o valor dos ativos vai-se ajustando”, não havendo “outra alternativa senão competir" com este fenómeno, sobretudo no segmento de escritórios, onde a tendência chegou mais tarde que nos centros comerciais.

O responsável recorda que no segmento de retalho os ajustamentos começaram em 2018 e têm sido ininterruptos até agora, sendo 2020 e 2021, em plena pandemia, os piores anos para esta área de negócios. 

Por outro lado, nos escritórios o reajuste começou no ano passado e continuará nos próximos meses. Ismael Clemente insiste que a quebra na valorização dos imóveis está a cair perto de 25% em termos brutos, embora esta descida seja compensada por fatores como a inflação e o seu impulso de subida das rendas, ou o novo produto que as empresas podem acrescentar ao seu portefólio. 

No caso dos centros comerciais, o CEO da Merlin Properties considera que “o ajustamento terminou”. Já Miguel Pereda, presidente do Grupo Lar e vice-presidente da Lar España, Socimi especializada neste segmento, prevê que haja este ano “mudanças moderadas nas avaliações” dos ativos.

Relativamente aos escritórios, o cenário ainda é muito incerto em Espanha, à semelhança do que acontece em Portugal. Além das previsões expressas pelos participantes nas conferências realizadas na capital espanhola, um recente relatório de perspetivas do setor imobiliário europeu da DWS concluiu que "a confiança nos escritórios enfraqueceu nos últimos meses”, algo que se deve à incerteza sobre que passos poderão dar os futuros ocupantes em termos de procura.

O que os especialistas do setor imobiliário também deram a entender durante o evento é que a evolução das avaliações está condicionada pelas taxas de juro. Ou seja, o ajustamento poderá acontecer à medida que o Banco Central Europeu (BCE) comece a baixar o preço do dinheiro, o que poderá acontecer em meados deste ano ou em 2025.

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