Taxa de juro de referência manteve-se em 3,1%, pelo quinto mês seguido. Já os preços das casas novas estão a recuar há 20 meses.
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Preço das casas e taxas de juro na China
Vista panorâmica da cidade chinesa de Shenzhen Getty images

O Banco Popular da China (banco central) manteve a taxa de juro de referência em 3,1%, pelo quinto mês consecutivo, indo assim ao encontro das expectativas dos analistas. Na sua atualização mensal, a instituição indicou que a taxa de juro de referência a um ano (LPR) se manterá a esse nível pelo menos até daqui a um mês. No que diz respeito aos preços das casas novas no país, caíram pelo 20º mês consecutivo em janeiro.

Este indicador, estabelecido como referência para as taxas de juro em 2019, é utilizado para fixar o preço dos novos empréstimos - geralmente destinados às empresas - e dos empréstimos a taxa variável que estão a ser reembolsados.

É calculado com base nas contribuições de preços de um conjunto de bancos - incluindo pequenos credores que tendem a ter custos de financiamento mais elevados e maior exposição a crédito malparado - e tem como objetivo baixar os custos dos empréstimos e apoiar a “economia real”.

A última redução foi em outubro do ano passado, quando o banco central a reduziu em 25 pontos de base, a partir de 3,35%, escreve a Lusa.

A instituição também indicou que a taxa de juro a mais de cinco anos - a referência para os empréstimos hipotecários - se manterá em 3,6%, também em conformidade com as previsões dos analistas. A última descida ocorreu em outubro, também em 25 pontos de base, a partir de 3,85%.

Embora tenha crescido 5% em 2024, a segunda maior economia mundial continua a enfrentar um débil consumo interno e uma profunda crise imobiliária, pelo que as autoridades anunciaram a primeira alteração da política monetária em 14 anos, passando de uma posição “cautelosa” para uma “moderadamente flexível”.

Preços das casas e taxas de juro na China
Vista panorâmica da cidade chinesa de Shanghai Getty images

Preços das casas novas caem há 20 meses consecutivos

Ao contrário das taxas de juro, na China, os preços das casas novas caíram pelo 20º mês consecutivo em janeiro, apesar das medidas adotadas pelo Governo para estimular o setor, que se encontra mergulhado numa prolongada crise.

Os preços nas 70 principais cidades do país caíram 0,07%, em relação ao mês anterior, de acordo com cálculos feitos a partir dos números divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) chinês. Em dezembro, o preço das casas novas registou uma contração de 0,08%.

Entre as localidades que constam na lista do GNE, 42 registaram reduções nos preços das casas, em comparação com 43 em dezembro, enquanto 24 - incluindo cidades importantes como Shanghai e Shenzhen - registarem aumentos, um número também ligeiramente melhor do que no mês anterior (23).

Os cálculos efetuados com base nos dados do GNE refletem igualmente uma redução de 0,34% no preço das casas usadas em janeiro, depois de ter diminuído 0,31%, no último mês de 2024. No caso deste tipo de imóveis, 60 das 70 cidades registaram descidas, três mantiveram-se ao mesmo nível que em dezembro e sete registaram subidas.

Nos últimos meses, as autoridades chinesas anunciaram medidas para travar a queda do mercado imobiliário, uma questão que preocupa Pequim, devido às implicações para a estabilidade social, uma vez que a habitação é um dos principais veículos de investimento das famílias chinesas.

Uma das principais causas do recente abrandamento da economia chinesa é precisamente a crise do setor imobiliário, cujo peso no PIB nacional - somando os fatores indiretos - foi estimado em cerca de 30%, segundo alguns analistas.

*Com Lusa

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