Embora o investimento em imobiliário comercial tenha caído em 2023, o setor de retalho deu provas de resiliência.
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Supermercados em Portugal
Foto de Gustavo Fring no Pexels

2023 afigurou-se como um ano de ajustamento no investimento em imobiliário comercial, já que foi registada uma queda de 45% em Portugal face ao ano anterior. Mas mesmo num clima incerto, o setor de retalho manteve-se resiliente, de tal forma que até aumentou o volume de investimento para mais de 500 milhões de euros, o valor mais elevado desde 2020. Os supermercados e os shoppings foram os imóveis preferidos pelos investidores.

Esta análise ao imobiliário comercial em Portugal realizada pela Worx Real Estate revela que os imóveis de retalho continuam entre as preferências dos investidores, mas há tipos de ativos que atraíram mais investimento:

  • Supermercados captaram mais de 40% do volume investido no setor de retalho;
  • Centros comerciais (30%);
  • Retail parks (18%).

Entre as principais transações do ano destacam-se o Projeto Amália envolvendo a aquisição de 49 supermercados pela LCN Capital Partners por 150 milhões de euros, o portfólio de cinco retail parks adquirido por um fundo da Partner Group e a venda do centro comercial La Vie Porto pela Caixa Geral de Depósitos, revelam os resultados do WMarket 2023-2024 enviados às redações.

Também na Europa, o retalho foi igualmente um dos setores menos sensível às variações da conjuntura macrofinanceira, ainda que tenha registado uma quebra de 40%. Ainda assim, todos os principais mercados europeus assinalaram uma descompressão das yields prime e Lisboa não foi exceção com um aumento de 50 pontos base.

Investir em shoppings
Foto de Andrea Piacquadio no Pexels

Negócios no retalho em Portugal crescem menos devido à inflação

O contexto de inflação a abrandou o consumo privado em Portugal. Mas, ainda assim, verificou-se que o índice de volume de negócios a retalho manteve um crescimento positivo de 1% no nosso país, enquanto a média da Zona Euro aponta para uma queda de 1%.

Este crescimento nos negócios de retalho é visível nos centros comerciais (+7% de faturação no último ano), bem como no comércio de rua que foi dinamizado pela entrada de marcas internacionais no mercado português, nomeadamente a abertura das lojas das marcas francesas Dior e Isabel Marant na Avenida da Liberdade, indica o documento.

O comércio online continuou a trajetória ascendente com um crescimento de 5% em 2023 face ao ano anterior. Mas “tendo em conta que Portugal mantém uma das taxas de penetração de 'e-commerce' mais reduzidas da Europa, é natural que a importância da loja física para o consumidor português se mantenha, não obstando, todavia, ao potencial de crescimento do 'e-commerce' nos próximos anos”, destaca o comunicado. Isto porque hoje verifica-se que os grandes grupos de retalho optam, cada vez mais, pela adoção de estratégias multicanal em detrimento de uma aposta exclusiva no comércio online, com a integração de sistemas de 'click & collect' nas lojas.

Perante o atual contexto económico incerto, a Worx prevê que em 2024 se observe uma “dinâmica moderada no comportamento do comércio a retalho, provavelmente semelhante à do último ano”, uma vez que a inflação continua acima de 2% e os juros em alta vão continuar a limitar o consumo privado. Já para 2025 projeta-se uma ligeira aceleração no consumo privado de  1,7%.

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