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O incêndio que lavrou durante uma semana no concelho de Monchique consumiu 30 casas de primeira habitação, num universo de 74 casas afetadas. Existe ainda um conjunto alargado de casas cujas áreas de apoio – agrícolas ou de animais, por exemplo – ficaram danificadas, mas essas não deverão ter qualquer tipo de apoio.

A Câmara Municipal de Monchique, que começou a fazer o levantamento imediato com técnicos, arquitetos e engenheiros no terreno, veio comprovar que os números são superiores àqueles que tinham sido avançados inicialmente.

O autarca, Rui André, fez um novo balanço do edificado afetado à saída de uma reunião com o presidente da Assembleia da República (AR), Eduardo Ferro Rodrigues, e deputados da Comissão Parlamentar de Agricultura e Mar, que se reuniram esta quinta-feira (16 de agosto) em Monchique com autarcas dos concelhos afetados pelo incêndio e com responsáveis das diversas entidades envolvidas na resposta aos danos causados pelo fogo, segundo a Lusa.

"Neste momento temos mais de 30 casas de primeira habitação afetadas, temos também cerca de 74 casas afetadas. Mas depois existe um conjunto alargado de casas que foram afetadas numa área de apoio, num apoio agrícola ou de animais, muitas edificações junto às habitações que ficaram danificadas, e essas, à partida – tirando as de primeira habitação – não vão ter nenhum tipo de apoio", disse o autarca.

Programa Porta de Entrada vai ser testado pela primeira vez

Rui André revelou que a autarquia está a desenvolver “uma ficha individual de cada habitação, para ver quais as soluções” que devem ser aplicadas. “Cada uma vai exigir uma solução diferente", referiu, sublinhando que neste momento “é importante saber se o programa da Porta de Entrada se adequa a estas necessidades”.

O autarca advertiu que, "para já, aquilo que é evidente é que as pessoas vão ter de entrar com uma parte desse dinheiro" e "vão ter de, do seu rendimento e da sua taxa de esforço, entrar com uma parte de cerca de 25%, durante 15 anos, para recuperar estas casas". "É importante ver cada caso e vermos o volume das obras que temos de fazer, e vamos tentar perceber se este programa – que será uma experiência piloto aqui e nunca foi aplicado no país – será a resposta que precisamos ou não", acrescentou.

Algumas das pessoas já estão a arrendar casas para viver, outras permanecem em casas de familiares e há também a possibilidade de recorrerem a uma unidade hoteleira, mediante o pagamento de um valor por dia, esclareceu Rui André, quantificando o apoio em cinco euros por metro quadrado (m2), no caso do arrendamento, e 53 euros por dia, na unidade hoteleira.

"Isto pressupõe um protocolo e um acordo entre a Câmara e o Estado para depois ser disponibilizado às pessoas, situação que até ao momento ainda não aconteceu", realçou o autarca, garantindo que, se o programa em causa "chegar tarde ou não responder às necessidades das pessoas", a autarquia vai "avançar com o apoio".

"As pessoas não deixarão de ser apoiadas, se mais ninguém pagar, a Câmara vai assegurar isso", garantiu ainda, frisando que "há pessoas que preferem, ainda que as suas estejam parcialmente danificadas, manter-se nas suas casas".

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