
O setor imobiliário foi dos que melhor resposta deu e tem dado à pandemia da Covid-19, nomeadamente o segmento de luxo. Segundo a consultora Savills, o valor do mercado mundial de residências prime subiu 6,9% em 2021 e deverá continuar a crescer em 2022. No caso de Portugal, em concreto de Lisboa, antevê-se que o mercado residencial prime cresça até 1,9% este ano, um aumento que fica, no entanto, aquém do verificado em 2021, que foi de 7,6%.
Segundo o estudo World Cities Prime Residential Index, elaborado pela Savills e que analisou as 30 maiores cidades mundiais em termos de residências de luxo, entre elas Lisboa, o mercado residencial prime em todo o mundo está bem posicionado para alcançar um crescimento médio de 4,3% este ano, o segundo valor mais alto dos últimos cinco anos.
Residencial prime visto como investimento seguro
“À medida que as economias começam a recuperar um pouco por todo o mundo e os países aprendem as melhores formas de lidarem com a pandemia de Covid-19 e a mitigar os impactos negativos das medidas para fazer frente à crise de saúde pública, os mercados residenciais prime deverão continuar a ser vistos como investimentos seguros em 2022”, refere a consultora em comunicado.
Citado na nota, Paul Tostevin, Head of World Research da Savills, comenta que “28 das 30 cidades analisadas deverão crescer em 2022, ainda que a um ritmo mais moderado do que no ano passado”. “Taxas de juro reduzidas e rendimentos mais elevados têm aumentado as capacidades de pagamento de hipotecas, ao passo que algumas cidades (Miami, Dubai e Lisboa) têm beneficiado da flexibilidade do trabalho remoto, e do desejo por mais espaço. Paralelamente ao regresso aos escritórios, a educação e as viagens também impulsionarão o crescimento de todas as grandes cidades”, acrescenta.

No caso concreto de Lisboa, o estudo antevê que o mercado residencial prime da capital cresça, este ano, até 1,9%, menos que os 7,6% registados em 2021.
“No balanço de 2021, o mercado imobiliário residencial nacional registou uma total recuperação, com pouco mais de 200 mil casas vendidas e ultrapassando os valores observados em 2019. As previsões indicam que 2022 será um ano de retoma total dos efeitos da pandemia, com o mercado residencial a manter o seu lugar de destaque. Altamente resiliente e olhado como um investimento seguro, o mercado residencial continuará a assistir a uma evolução positiva dos preços do mercado de luxo, ainda que a um ritmo mais comedido face a anos anteriores e com tendência a uma maior estabilização”, lê-se no documento enviado às redações.
Só Berlim leva a melhor sobre Lisboa na Europa
A nível europeu, com a exceção de Paris, verificou-se um crescimento positivo dos preços das residências de luxo. O estudo da Savills permite concluir que a cidade de Berlim (Alemanha) alcançou o maior crescimento de 2021 (+9,6%), seguida por Lisboa (+7,6%) e Genebra, na Suíça (+6,5%).
Citado no comunicado, Ricardo Garcia, Residential Director da Savills Portugal, considera que em 2022 “antevê-se o regresso ao período de 2019, com tendências ajustadas ao que se viveu nos últimos dois anos”. “Portugal, e Lisboa em particular, estarão em destaque e a tendência de um mercado prime em crescimento manter-se-á. A falta de stock, aliada à crescente procura, fará com que continuemos num ‘Seller’s Market’”, comenta.
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