Edifício do antigo Hospital de São João foi vendido à Fundação ADFP, que ali vai instalar uma unidade de cuidados continuados.
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Hospital vendido em Lousã
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Lusa
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A Misericórdia da Lousã vai vender o antigo Hospital de São João à Fundação ADFP por um milhão e 750 mil euros, disseram esta terça-feira, dia 8 de agosto, fontes da instituição à agência Lusa.

Numa reunião realizada na segunda-feira (dia 7 de agosto), os membros da Santa Casa da Misericórdia da Lousã (SCML) decidiram em assembleia geral, por maioria, alienar o imóvel à instituição de Miranda do Corvo, liderada pelo médico Jaime Ramos, antigo deputado do PSD.

O edifício primitivo do Hospital de São João foi construído, no século XIX, com donativos particulares de um grupo encabeçado pelo benemérito João Montenegro, que fundou a colónia Nova Louzã, no estado São Paulo, com recurso a mão-de-obra livre numa época em que a escravatura ainda não tinha sido abolida no Brasil.

Os sócios presentes na sessão aprovaram o negócio com a ADFP por 29 votos a favor, um voto contra e uma abstenção.

“Entre 400 e 500 mil euros são para gastos imediatos, designadamente dívidas e outros compromissos. A restante verba fica cativa e depois veremos o destino a dar-lhe”, disse à Lusa um membro da mesa administrativa da SCML.

Uma das vozes mais críticas da venda foi Amândio Torres, antigo secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, que contestou uma alegada falta de informação prévia aos irmãos da proposta de compra, o que o levou a votar contra.

A ADFP pagará à SCML um milhão e 350 mil euros, no momento da assinatura do contrato de promessa de compra e venda, mais 150 mil euros no ato na celebração da escritura, que deverá ser realizada dentro de um ano.

Ao abrigo do acordo com a mesa da Misericórdia da Lousã, cujo provedor, João da Franca, está no poder há 33 anos, o comprador começará em 2025 a entregar os restantes 250 mil euros, em prestações anuais de 25 mil euros e sem juros, a saldar até 2035.

No antigo hospital vai ser instalada uma unidade de cuidados continuados

No edifício do antigo Hospital de São João, cujo interior foi desmantelado há alguns anos por uma empresa arrendatária que nunca chegou a concluir as obras, a ADFP prevê instalar uma unidade de cuidados continuados, entre outras valências na área da saúde.

Uma empresa de Odivelas, com a qual a Misericórdia rescindiu o contrato de arrendamento, em 2020, não concretizou o projeto negociado, mas veio a receber uma indemnização de 85 mil euros para abandonar o imóvel, já parcialmente desmantelado.

A primeira verba a receber da ADFP destina-se a pagar dívidas aos trabalhadores e aos fornecedores da Misericórdia, cujas contas do exercício de 2022 registaram um saldo negativo de 167 mil euros.

Na década de 1980, na vigência dos governos de Cavaco Silva, o antigo Hospital de São João, importante exemplar da arquitetura da vila, foi demolido para no seu lugar ser construído o Centro de Saúde, que por sua vez seria desocupado na década passada.

Nesse período, o Estado pagou uma elevada renda mensal à SCML, até à transferência do Centro de Saúde para um novo edifício fora da área urbana da Lousã.

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