Taxa de inflação em Angola atingiu 24% em fevereiro, em termos homólogos, muito por culpa da subida dos preços dos alimentos.
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Juros em Angola
Banco Nacional de Angola Getty images
Lusa
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O Banco Nacional de Angola (BNA) anunciou na sexta-feira, dia 15 de março, o aumento das suas principais taxas de juro, decisão justificada pela “persistência de pressões inflacionistas na economia" e que visa contribuir para o controlo da liquidez em circulação.

As medidas foram anunciadas na sexta-feira pelo governador do BNA, Manuel Tiago Dias, em conferência de imprensa, após a reunião do Comité de Política Monetária.

Assim, a taxa diretora (conhecida como taxa BNA) vai subir de 18% para 19%, a taxa de juro de facilidade permanente de cedência de liquidez de 18,5% para 19,5% e a taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez em 17,5% para 18,5%.

Manuel Dias, governador do banco central de Angola, destacou que a inflação mensal foi de 2,58% em dezembro, devido essencialmente à subida da classe “alimentação e bebida não alcoólicas”, correspondente a cerca de 70% da inflação observada no período. Em termos homólogos, a inflação atingiu 24% em fevereiro.

Segundo o responsável do BNA, o comportamento dos preços dos alimentos resulta essencialmente da redução da oferta dos produtos de amplo consumo, tendo em conta redução das importações (-18,6% em fevereiro) e a insuficiência da produção interna.

"A nossas expetativas é que rapidamente se corrija o desequilibro entre oferta e procura", disse, sublinhando que a produção interna de bens está muito abaixo da taxa de crescimento da população e não tem sido compensada pelas importações, que também registam uma queda muito acentuada, acima dos 30%.

"Precisamos de encontrar mecanismos para que se corrijam estes desequilíbrios", reforçou.

Com base nas informações atuais, o governador do BNA estimou que, a partir do segundo semestre, as taxas de inflação mensais se situem abaixo das registadas no ano passado e se verifique uma tendência de desaceleração homóloga que conduza às previsões de 19% de inflação no final do ano.

O governador do banco central referiu ainda a entrada em circulação de novas notas de 1.000 e 2.000 kwanzas, anunciando para breve novas notas de 5.000 kwanzas, desmentindo a existência de volumes elevados de contrafação. “No ano passado, temos registo de 2.500 notas contrafeitas”, indicou, afirmando que estão em circulação mais de 500 milhões de notas.

O vice-governador, Pedro Castro e Silva, questionado sobre o aumento das taxas para levantamento de dinheiro através dos Terminais de Pagamento Automático (TPA), adiantou que a decisão foi tomada para compensar os investimentos dos comerciantes nestes terminais.

Em 2023 foram feitos mais de 400 mil levantamentos através dos TPA, um crescimento de mais de 1.000%, destacou, salientando que também a rede de caixas automáticas continua a ser alargada. No ano passado existiam 3.548 caixas automáticas em todo o país, correspondendo a um aumento de 11% face a dezembro de 2022. “Vamos continuar a observar filas, mas é nossa expetativa que a pressão será menor à medida que formos aumentando [o número de ATM]”, frisou o mesmo responsável.

A próxima reunião do CPM vai decorrer em Luanda em 16 e 17 de maio.

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