Rendas das casas estão a subir em todos os municípios mais populosos do país, com destaque para o Funchal, revela INE.
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Arrendar casa em Portugal
Foto de KATRIN BOLOVTSOVA no Pexels

O mercado de arrendamento continua bem dinâmico em Portugal, numa altura em que a compra de casa continua a estar fora do alcance de muitos, seja pelos elevados preços e juros, seja pela dificuldade em reunir poupanças. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) espelham bem esta realidade: o número de novos contratos de arrendamento subiu 6,9% num ano no segundo trimestre de 2024. E a alta procura para a escassa oferta de casas para arrendar gerou uma nova subida das rendas de 11,1%.

A procura de casas para arrendar continua em alta em Portugal (e bem superior à oferta). Só entre abril e junho deste ano, foram fechados 22.181 novos contratos de arrendamento, mais 6,9% do que no mesmo trimestre de 2023 (20.750 contratos).

E este aumento da atividade de arrendamento gerou uma nova subida dos preços. “No segundo trimestre de 2024, a renda mediana dos 22.181 novos contratos de arrendamento em Portugal atingiu 8,08 euros/m2. Este valor representa um aumento de 11,1% em relação ao período homólogo e de 8,2% relativamente ao primeiro trimestre de 2024”, destaca o INE no boletim estatístico esta quinta-feira publicado (dia 26 de setembro).

Mais casas arrendadas na maioria das regiões gera subida de preços

Este maior dinamismo dos contratos de arrendamento foi sentido em quase todas as regiões do país (19 das 26 sub-regiões), com os maiores crescimentos anuais a serem registados na Região Autónoma da Madeira (23,5%), Beiras e Serra da Estrela (22,7%). E notar que só “a Grande Lisboa e a Área Metropolitana do Porto concentraram 42,9% dos novos contratos de arrendamento”, destaca o instituto. Por outro lado, o número de novos contratos desceu em sete sub-regiões, salientando-se o Alentejo Central (-16,1%).

Foi assim que as rendas das casas em termos medianos acabaram por subir em todas as sub-regiões do país em termos homólogos, com exceção da Região Autónoma dos Açores (-2,8%) e do Alto Alentejo (-0,3%). Os maiores aumentos das rendas das casas num ano foram observados nas sub-regiões do Alentejo Litoral (28,5%), Região Autónoma da Madeira (27,6%) e Alentejo Central (22,2%).

As rendas das casas mais elevadas no segundo trimestre de 2024 registaram-se na Grande Lisboa (12,99 euros/m2), na Região Autónoma da Madeira (10,26 euros/m2), na Península de Setúbal (10,07 euros/m2), no Algarve (9,52 euros/m2), na Área Metropolitana do Porto (8,89 euros/m2) e no Alentejo Litoral (8,52 euros/m2).

Já as rendas das casas mais baixas foram observadas em Terras de Trás-os-Montes (3,13 euros/m2), Alto Alentejo (3,80 euros/m2) e Tâmega e Sousa (3,90 euros/m2). Estas são as únicas sub-regiões do país com rendas das casas abaixo de 4 euros por metro quadrado.

Rendas sobem em todos os municípios mais populosos

“Dez dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes apresentaram taxas de variação homóloga do número de novos contratos de arrendamento superiores à nacional (6,9%), destacando-se o Funchal (40,0%) e Leiria (25,4%), com as maiores variações. Por outro lado, o número de novos contratos diminuiu nos municípios de Oeiras (-1,9%) e Guimarães (-1,7%)”, destaca o INE.

O que salta à vista é que todos os municípios populosos sentiram um aumento das rendas das casas em termos anuais. O maior aumento foi registado no Funchal (37,5%), seguido de Barcelos (22%) e Odivelas (18,7%). Já as menores subidas das rendas foram sentidas em Oeiras (0,8%), na Amadora (4,8%) e em Lisboa (5,1%).

As casas para arrendar mais caras situam-se em Lisboa (16 euros/m2), Cascais (15,38 euros/m2), Oeiras (13,33 euros/m2), Porto (12,85 euros/m2) e Funchal (12,33 euros/m2). De notar que 17 destes 24 municípios possuem rendas superiores à mediana nacional (de 8,08 euros/m2).

As rendas das casas mais baixas nestes concelhos populosos são praticadas em Barcelos (5,37 euros/m2), Vila Nova de Famalicão (5,59 euros/m2) e em Guimarães (5,75 euros/m2), mostram os mesmos dados.

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