Orçado em 20 milhões, o Projeto Integrado de Requalificação do Eixo da Almirante Reis, em Lisboa, divide a avenida em dois troços.
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Avenida Almirante Reis, em Lisboa
Avenida Almirante Reis, em Lisboa Google Earth

A nova Almirante Reis, em Lisboa, vai ter mais árvores, mais estacionamento, ciclovias laterais e não terá separador central, segundo o plano de requalificação daquela avenida, apresentado esta terça-feira (27 de novembro de 2024) pelo presidente da Câmara, Carlos Moedas (PSD). Orçado em 20 milhões de euros, 13 milhões dos quais na primeira fase para o faseamento (projeto + obra), o Projeto Integrado de Requalificação do Eixo da Almirante Reis divide a avenida em dois troços.

Num deles, entre o Martim Moniz e a Alameda, passa de duas para três vias, sendo uma descendente (para o sentido do Martim Moniz) e duas ascendentes (em direção ao Areeiro). A mais à direita será uma faixa BUS.

No segundo troço, entre a Alameda e a Praça do Areeiro, a avenida ganha quatro vias, duas das quais exclusivas a transporte público.

O separador central desaparece em toda a avenida e a ciclovia, agora no eixo central, vai passar para as laterais.

Entre o Martim Moniz e a Praça do Chile são propostas duas ciclovias unidireccionais, uma de cada lado da avenida, e a partir da Praça do Chile a ciclovia muda para a configuração bidireccional, ligando-se ao troço já existente junto à rotunda do Areeiro.

A pista ciclável é separada do passeio com a ajuda de mobiliário urbano e das esplanadas dos estabelecimentos, que deixam de estar próximas das fachadas.

A avenida irá ser mais arborizada, menos sujeita a ilhas de calor, prevendo-se a plantação de 370 árvores e a replantação de 75 atualmente existentes no jardim da Alameda.

Martim Moniz
Martim Moniz, em Lisboa Google Maps

Mais 275 lugares de estacionamento

O estacionamento também será reconfigurado, com 275 novos lugares, dos quais 200 em parques, cuja localização ainda está a ser estudada, de acordo com a vereadora do Urbanismo, Joana Almeida, e 75 lugares nas ruas adjacentes.

Segundo a vereadora, a avenida terá “mais 105 lugares do que os atualmente existentes”. Joana Almeida explicou ainda que a Almirante Reis é “um espaço público muito complexo, não só na avenida mas também no subsolo, devido ao Metro de Lisboa e ao saneamento”.

“Trata-se de um eixo de cerca de 3 quilómetros, entre o Martim Moniz e o Areeiro, com uma largura de 25 metros, longe dos 60 metros da Avenida da República ou os 60 metros da Avenida da Liberdade”, considerou a responsável.

Joana Almeida lembrou ainda o “trabalho minucioso realizado” justificando a importância dos estudos que foram realizados, exemplificando que no subsolo “há zonas em que não se podem plantar árvores devido às infraestruturas” e que tudo foi devidamente considerado.

O facto do maior volume de tráfego ser entre a Praça do Chile e o Areeiro levou ao traçado projetado, lembrando a vereadora que foi garantida a fluidez do trânsito, considerando também o facto de ser um eixo de acesso a hospitais e de se ter de garantir uma zona viária ciclável e pedonal “com mais segurança”.

Avenida Almirante Reis, em Lisboa
Avenida Almirante Reis, em Lisboa Google Earth

Obras arrancam em 2027 e terminam no ano seguinte

De acordo com o Projeto Integrado de Requalificação do Eixo da Almirante Reis, as obras devem começar em 2027 e terminar no ano seguinte.

Em novembro de 2022, a Câmara de Lisboa aprovou a metodologia para o desenvolvimento do Projeto Integrado de Requalificação do Eixo da Almirante Reis, prevendo um processo de participação pública para, depois, elaborar o programa de intervenção e iniciar obra em 2025.

Essa proposta surgiu quatro meses após o recuo do presidente da Câmara de Lisboa relativamente à alteração da ciclovia nesta avenida, afirmando que o tema era “demasiado relevante para jogos partidários”, tendo retirado a sua proposta de solução provisória para priorizar o projeto de reperfilamento desta artéria.

Carlos Moedas
Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa Getty images

"Obra e projeto” da autarquia e não de “um mandato”, diz Carlos Moedas

O presidente da CML, Carlos Moedas, disse que a requalificação da Avenida Almirante Reis é “uma obra e projeto” da autarquia e não de “um mandato” ou pessoas, apesar de só começar em 2027 e terminar em 2028.

"Este é um projeto que vai começar, porque há já muitas medidas mitigadoras, mas a obra estrutural começará só em 2026, a data que está ali é 27, mas eu estou a tentar fazer tudo para que pudesse ser em 2026. O importante aqui não são mandatos, nem nenhum tipo de anúncios, não é isso que estou aqui a fazer, mas é a instituição câmara municipal porque os projetos continuam”, disse o autarca nos Paços do Concelho, em Lisboa, na apresentação do projeto. 

Carlos Moedas frisou que os projetos “não são feitos em um ano” e lembrou que os projetos estruturais “demoram anos para serem feitos com todos os processos necessários”. E mais: salientou que a vida de um presidente de Câmara é “construir e resolver no presente, mas também é olhar para o futuro”, justificando que a isso se chama “visão da cidade".

Carmona Rodrigues há 20 anos pensou num plano de drenagem de um túnel e sou eu, Carlos Moedas, que 20 anos depois está a realizar o sonho de um presidente da câmara de há 20 anos. As câmaras municipais funcionam assim. É por isso que quando vejo ataques políticos sobre que a obra é deste ou é daquele, [digo] a obra é da cidade. As obras são da cidade e são das pessoas, não são dos presidentes, são das pessoas”, referiu.

O presidente da câmara recordou igualmente que a ciclovia da Almirante Reis foi uma questão “que bipolarizou a sociedade” e que, em vez de partidarizar o assunto, “foi necessário ouvir quem vivia na Almirante Reis, quem a usava, não só a ciclovia, mas também que a fazia de carro, a pé e de transportes públicos”.

*Com Lusa

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