Sinais económicos contraditórios têm trocado as voltas às taxas Euribor. Mas a perspetiva é que retomem queda.
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Crédito habitação em Portugal
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O arranque de 2025 foi marcado por sinais económicos contraditórios que provocaram uma oscilação nas taxas Euribor. Foi neste contexto que a Euribor a 12 meses acabou por interromper o ciclo de quedas aumentando para 2,252% em janeiro. Assim, quem contratar um crédito habitação com este indexante em fevereiro pagará mais do que se o tivesse feito no mês anterior. Já as taxas Euribor a 6 e a 3 meses continuaram a cair. 

Embora as taxas Euribor tenham vindo a descontar o novo corte dos juros do Banco Central Europeu (BCE), que foi avançado na passada quinta-feira (de 25 pontos base), a verdade é que “há dois fatores que puxam as taxas Euribor em direções opostas”, começam por explicar os analistas da Ebury Portugal ao idealista/news. “A perpetiva de cortes do BCE e a lentidão geral da economia da zona euro defendem taxas mais baixas. Mas isso é contrabalançado por sinais tímidos de melhoria económica (…) e por dados de inflação que não são suficientes para excluir riscos inflacionistas”, esclarecem. 

Este clima económico ajuda a explicar a evolução em diferentes direções das taxas Euribor em janeiro (médias mensais):

  • Euribor a 12 meses: foi de 2,525% em janeiro de 2025, mais 0,089 pontos percentuais (p.p.) face a dezembro de 2024. Trata-se da primeira subida deste indexante depois de 9 meses seguidos de quedas;
  • Euribor a 6 meses: voltou a cair para 2,614% em janeiro, menos 0,018 p.p. face ao mês anterior;
  • Euribor a 3 meses: desceu para 2,704%, uma redução mensal de 0,121 p.p. 

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Quanto custa a prestação da casa no crédito habitação a taxa variável?

Quem decidir contratar um crédito habitação a taxa variável em fevereiro terá de olhar bem para as diferentes taxas Euribor disponíveis. Isto porque, apesar de ter subido ligeiramente no último mês, a Euribor a 12 meses continua a ser a taxa mais acessível das três. Mas só será renovada dentro de um ano. 

É isso que mostram das simulações do idealista/créditohabitação, que têm em conta um empréstimo da casa a taxa variável contratado em fevereiro (que usa a média mensal da Euribor de janeiro) no valor no valor de 150.000 euros, com spread 1% e prazo de 30 anos: 

  • Crédito habitação com Euribor a 12 meses: aqui a prestação da casa será de 676 euros nos doze meses começados em fevereiro de 2025, mais 8 euros do que quem contratou o empréstimo em janeiro. Ainda assim, esta é a prestação da casa mais acessível entre os três principais prazos;
  • Crédito habitação com Euribor a 6 meses: a prestação da casa a pagar em fevereiro e nos cinco meses seguintes será de 682 euros, menos dois euros face à prestação calculada para um crédito assinado em janeiro;
  • Crédito habitação com Euribor a 3 meses: a prestação da casa será de 690 euros nos primeiros três meses do contrato (fevereiro inclusive), menos 11 euros face ao mês anterior. 

Estas variações das taxas Euribor também vão influenciar as prestações da casa de quem já está a pagar créditos habitação a taxa variável (ou mista em período variável), que representam a maioria dos contratos para habitação própria e permanente em vigor no nosso país, segundo os dados do Banco de Portugal.

As famílias que estão a pagar um crédito indexado à Euribor a 12 meses (33% do total) e que tenham revisão este mês vão acabar por pagar prestações mais acessíveis. Isto porque, apesar da ligeira subida no último mês, a taxa está bem mais baixa face há um ano (quando se fixou em 3,609%). Também as taxas Euribor a 6 e 3 meses caíram face às registadas há seis meses (3,425%) e há três meses (3,007%), respetivamente. Mas aqui a dimensão da descida da prestação da casa dependerá do ano do contrato e do montante em dívida.

Embora a Euribor tenha oscilado no início de 2025, espera-se que as taxas retomem as descidas para todos os prazos ao longo do ano, até atingirem cerca de 2%. Se assim for, significativa que as taxas deverão cair de forma mais lenta do que até então. Claro que o seu trajeto futuro continua dependente do ambiente económico, bem como da evolução dos juros do BCE, regulador que se vai reunir no próximo dia 6 de março. 

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