A subida dos preços dos imóveis mexe com os bolsos das famílias que compram ou arrendam casa. Mas também tem impacto nos fundos de investimento imobiliário, que viram o valor sob gestão subir cerca de 23% num ano para cerca de 18,5 mil milhões de euros em junho, um dos maiores valores registados. Além disso, todo o contexto de valorização do imobiliário também tem atraído a criação de novos fundos e entidades gestoras.
Os dados mais recentes da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) revelam que o valor sob gestão dos fundos de investimento imobiliário foi de 18.499 milhões de euros no segundo trimestre de 2025, tratando-se de uma subida anual de 23,2% e trimestral de 3,4%. A maioria deste valor – cerca de 98% - é gerido por fundos de investimento imobiliário (FII) e por fundos especiais de investimento imobiliário (FEII). O restante é gerido por um fundo de gestão de património imobiliário (FUNGEPI).
Estes fundos de investimento imobiliário apostam, sobretudo, em imóveis situados na União Europeia (UE), como terrenos, reabilitações, construções acabadas, outros projetos de construção e ainda em direitos. No final de junho, o investimento neste tipo de ativos somou 21,9 mil milhões de euros, revelando um crescimento de 28,2% face ao período homólogo e de 4,4% face ao trimestre anterior. A CMVM indica ainda no documento que o investimento em construções de reabilitação na UE aumentou 79,8% face ao trimestre homólogo.
Mas o que explica este aumento do valor sob gestão dos fundos de investimento imobiliário? Por um lado, os imóveis das suas carteiras valorizam à medida que os preços sobem. E, por outro, observou-se também o crescimento do número de entidades gestoras e de fundos. Há um ano contabilizaram-se 53 entidades gestoras em Portugal, um número que subiu para 61 no final de junho. O número de fundos passou de 273 para 323 entre estes dois momentos, a maioria deles fechados (que não permitem a entrada e saída de investidores a qualquer momento).
Também se tem registado o aumento da criação de sociedades de investimento coletivo (SIC), veículo de investimento em imóveis que tem mais benefícios fiscais, também regulado pela CMVM, escreve o Expresso. E há também casos de empresas que mudam o seu registo para se tornarem SIC. Por exemplo, o Lagoas Park passou a ser uma SIC depois de ter sido vendido pela Teixeira Duarte ao fundo britânico Hendersen Park Capital Partners em 2020.
A própria CMVM revela que houve novas SIC a iniciar a atividade em julho, como a Portugal Singular Realties - SIC Imobiliária Fechada, gerida pela Refundos, e outras três SIC geridas pela Statusdesafio Capital. Estas entradas, a par da valorização imobiliária, fizeram o valor sob gestão dos fundos de investimento imobiliários subir novamente, atingindo 18.526 milhões de euros em julho, mais 32,2 milhões do que em junho.
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