Novo Banco corta taxa para 1%. Spread mínimo médio está pouco acima de 1%, cerca de metade do valor aplicado no final de 2015.
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Guerra dos spreads
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A guerra dos spreads no crédito à habitação está – ou continua – ao rubro. O Novo Banco (NB) foi o último banco a mexer na margem de lucro mínima cobrada, reduzindo-a para 1%, sendo que estava em 1,25%. A entidade liderada por António Ramalho juntou-se, desta forma, ao BCP e ao Santander, que também oferecem spreads mínimos de 1%. O espanhol Bankinter continua a ser o único banco a praticar uma taxa inferior, de 0,95%.

Segundo o Jornal de Negócios, o NB não cortava o spread mínimo no crédito à habitação há mais de três anos. Com esta atualização, o spread mínimo médio cobrado pelos bancos – foram consideradas 10 entidades – está em 1,07%, cerca de metade do valor que era aplicado no final de 2015 (1,95%).

Para Filipe Garcia, economista da IMF, “as condições de financiamento da banca continuam muito favoráveis e os bancos perceberam que o spread é uma das características do crédito que tem mais impacto do ponto de vista comercial”. Citado pela publicação, o responsável refere que “não parecia provável ver spreads abaixo de 1%”. “Fico com a sensação de que os bancos estão a atrair os clientes com spreads muito agressivos, para depois ‘recuperarem’ margem através de outras comissões”, explica.

O que é o spread?

O spread é uma das componentes do crédito à habitação. Nos empréstimos com taxa variável, a Taxa Anual Nominal (TAN), conhecida como a taxa do empréstimo, é composta pelo indexante e o spread. Ou seja: a TAN é igual (=) ao indexante mais (+) o spread.

Conforme explicamos neste artigo, o indexante mais utilizado em Portugal é a Euribor, variando entre os seus diferentes prazos, pelo que não haverá diferença entre bancos, caso a taxa esteja indexante à Euribor do mesmo prazo, por exemplo, a euribor a 6 ou 12 meses.

Para saberes mais informações sobre o spread no crédito à habitação, clica neste link.

Guerra dos spreads
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Negócio do crédito à habitação em alta

O negócio do crédito à habitação continua em alta em plena pandemia da Covid-19. E os números revelados recentemente pelo Banco de Portugal (BdP) mostram isso mesmo: em julho, o volume de novas operações de crédito à habitação totalizou 1.385 milhões de euros, mais que no mês anterior (1.297 milhões de euros) e no período homólogo (931 milhões de euros). 

Feitas as contas, nos primeiros sete meses do ano, os bancos emprestaram (novos financiamentos) 8.565 milhões de euros aos consumidores para comprar casa, mais 2,23 mil milhões (36,5%) que no mesmo período do ano passado. É preciso recuar até 2008 para encontrar valores mais elevados.

As siglas do crédito à habitação

Comprar uma casa com recurso a financiamento bancário é um processo que envolve algumas burocracias. E nem sempre a linguagem utilizada é de fácil compreensão para o consumidor. É, por isso, importante descodificar algumas siglas que são de extrema importância na hora de pedir dinheiro emprestado ao banco para comprar casa, sendo o spread apenas um dos indicadores a ter em conta no processo.

Neste artigo podes ficar a saber o que significam, por exemplo, as siglas TAEG, TAN ou MTIC. E a Euribor sabes o que é? Clica aqui e tens a resposta.

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