A subida dos juros no crédito habitação está à espreita. Os alarmes soaram depois do Banco Central Europeu (BCE) admitir uma subida da taxa de juro diretora já em 2022 para travar a inflação na Zona Euro. Os mercados antecipam que as taxas Euribor podem voltar a terrenos positivos já no final do ano, uma mudança que vai afetar as prestações das famílias. Mas quanto? Contas feitas, até 2024 os encargos com a casa podem subir 993,6 milhões de euros.
Neste cenário, as famílias que contrataram créditos habitação com taxa variável indexada à Euribor – que representa cerca de 95% da totalidade dos contratos – vão sentir um aumento dos juros e um agravamento das prestações da casa a pagar mensalmente aos bancos. E os mercados financeiros já antecipam subidas. Segundo o Expresso, a Euribor a três meses – cuja média mensal em janeiro se fixou nos -0,56% - deverá subir 0,67 pontos percentuais até ao final do ano e deverá chegar aos 0,855% no final de 2023.
- Final de 2022: prestação média mensal deverá chegar aos 272 euros (+18 euros do que em janeiro de 2022);
- Final de 2023: prestação média mensal deverá fixar-se nos 292 euros (+38 euros do que em janeiro de 2022).
E considerando o número de contratos de crédito habitação em pagamento, que o Banco de Portugal aponta para 1,48 milhões, esta subida dos juros vai agravar os empréstimos da casa em termos agregados da seguinte forma:
- Até ao final de 2022: vai custar mais 26,6 milhões de euros por mês às famílias, ou seja, 319,2 milhões por ano;
- Até ao final de 2023: vai agravar mais 56,2 milhões de euros por mês, o que resulta em mais 674,4 milhões por ano.
Isto quer dizer que, segundo as contas do Expresso, o agravamento de encargos para as famílias relativo ao aumento dos juros nos empréstimos da casa é de 993,6 milhões de euros.
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