
Há um ano as taxas Euribor estavam em torno de 4%, em máximos das últimas décadas. Mas de lá para cá começaram a descer lentamente, de tal forma que as médias mensais da Euribor já estão a rumar para os 2,5%. Estas são boas notícias para as famílias que querem comprar casa com crédito habitação em dezembro. Isto porque as prestações da casa estão bem mais baixas do que há um ano e até mesmo face ao mês anterior, tal como indicam as simulações preparadas pelo idealista/créditohabitação.
Foi precisamente em novembro do ano passado que se sentiu uma inversão da escalada das taxas Euribor, começando a descer lentamente deste então. Esta mudança de trajeto do indexante antecipou aquele que seria o primeiro corte dos juros do Banco Central Europeu (BCE), que só se concretizou em junho. Entretanto, o regulador europeu avançou com mais dois cortes dos juros em setembro e outubro, esperando-se outra descida das suas taxas diretoras na reunião agendada para o próximo dia 12 de dezembro.
É este contexto de alívio da política monetária do BCE que está a provocar uma descida do indexante que toca o crédito habitação em Portugal e na Europa. Assim, ficaram as taxas médias mensais da Euribor em novembro para todos os prazos:
- Euribor a 12 meses: a média mensal de novembro foi de 2,506%, a mais baixa desde outubro de 2022. A taxa no prazo mais longo ficou 0,185 pontos percentuais (p.p.) abaixo da registada em outubro (2,691%);
- Euribor a 6 meses: esta taxa mensal caiu para 2,788% em novembro, menos 0,214 p.p. do que no mês anterior (3,002%);
- Euribor a 3 meses: a taxa do prazo mais curto fixou-se em 3,007%, menos 0,16 p.p. face a outubro (3,167%).
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Prestações da casa descem em dezembro: para quanto?
Hoje, a maioria das famílias que pede crédito para comprar uma habitação própria e permanente fá-lo a taxa mista, que fixa a prestação nos primeiros anos, seguida de taxa variável. Assim é porque as ofertas dos bancos estão muito voltadas para taxas mistas, que ficam bem mais atrativas à medida que a Euribor vai caindo. É neste contexto que importa fazer contas à vida para saber se vale a pena fixar os juros durante 1,2 ou 3 anos ou se será melhor contratar um crédito a taxa variável e indexado à Euribor.
No caso de uma família decidir contratar um crédito habitação a taxa variável em dezembro (com média mensal da Euribor de novembro) no valor de 150.000 euros, com spread 1% e prazo de 30 anos, assim ficam as prestações da casa, de acordo com as simulações do idealista/créditohabitação:
- Crédito habitação com Euribor a 12 meses: aqui a prestação da casa (que usa a média da Euribor de novembro) será de 674 euros no primeiro ano, pagando menos 16 euros do que quem contratou um crédito com as mesmas características no mês anterior;
- Crédito habitação com Euribor a 6 meses: a prestação da casa a pagar em dezembro e nos cinco meses seguintes será de 698 euros, menos 18 euros face à prestação calculada para um crédito assinado em novembro;
- Crédito habitação com Euribor a 3 meses: a prestação da casa será de 716 euros nos primeiros três meses do contrato (dezembro inclusive), traduzindo-se numa redução de 14 euros face a quem avançou com o crédito da casa no mês anterior.
Quem está a pagar créditos habitação a taxa variável (ou mista em período variável) também verá a prestação a casa a cair se a revisão for realizada em dezembro. Isto porque as taxas Euribor a 12, 6 e 3 meses estão bem mais baixas do que há um ano (4,022%), há seis meses (3,715%), e há três meses (3,434%), respetivamente. A dimensão da descida da prestação da casa dependerá sempre do ano do contrato e do montante em dívida.
Os analistas de mercado continuam expectantes de que a Euribor vai continuar a descer em 2025, impulsionada pelo novo corte dos juros do BCE que é esperado para a reunião de dia 12 de dezembro, embora ainda hajam dúvidas quanto à dimensão (se será mais agressivo de 50 pontos base ou de 25 pontos).
Segundo as previsões do Banco de Portugal, as taxas Euribor deverão descer para todos os prazos para cerca de 2% até ao final de 2025, uma tendência que “vai continuar a refletir-se numa redução das prestações nos contratos de crédito à habitação indexados à Euribor a todos os prazos”.
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