
O Governo anunciou esta segunda-feira (11 de abril de 2022) as novas medidas extraordinárias para conter o aumento dos preços energéticos e agroalimentares, num momento em que a inflação está em alta. Medidas essas que “procuram dar uma resposta focada e dirigida ao problema em causa", decorrente da situação de guerra na Ucrânia, e que têm como objetivo “proteger as famílias, apoiar as empresas, garantir a coesão social e garantir o crescimento económico”, disse a ministra da Presidência Mariana Vieira da Silva, salientando que as medidas visam evitar “pressões inflacionistas”.
Segundo se lê no documento oficial onde constam as novas medidas extraordinárias, o Executivo socialista liderado por António Costa considera, entre outras coisas, que a alta taxa de inflação “tem uma origem externa, uma natureza tendencialmente conjuntural e causas conhecidas”, resultando “do aumento dos custos de produção”.
“É imperioso atuar para proteger as famílias e as empresas dos efeitos da inflação. Só uma resposta focada poderá, de forma efetiva, alcançar o objetivo, evitando a propagação das pressões inflacionistas”, aponta o Governo, acrescentando que “respostas desadequadas desencadearão espirais inflacionistas que comprometem o crescimento futuro e minam o poder de compra das famílias”.
São quatro os eixos em que assentam as novas medidas extraordinárias. A saber:
1º eixo – Contenção dos preços da energia
- Redução do ISP equivalente à redução do IVA para 13%:
A) Menos 0,215€/L no gasóleo = 52% do aumento desde outubro*
B) Menos 0,207€/L na gasolina = 74% do aumento desde outubro*
*Desconto com base nos preços da última semana em resultado desta medida + Redução do ISP já em vigor para compensar os aumentos da receita de IVA
- Introdução do mecanismo que resulta da proposta ibérica de limitação dos impactos da subida do preço do gás no custo da eletricidade:
A) Menos 690M€/mês nos custos da energia em Portugal para empresas e famílias, por via da limitação dos lucros inesperados e extraordinários das empresas geradoras de eletricidade
- Suspensão do aumento da taxa de carbono até junho e reavaliação trimestral até ao final do ano sem reposição integral:
A) Menos 5 cêntimos/litro até junho
2º eixo – Apoios à produção
- Criação do gás profissional para abastecimento do transporte de mercadorias
- Flexibilização de pagamentos fiscais e diferimento das contribuições para a segurança social dos setores mais vulneráveis
- Subvenção para apoiar o aumento dos custos com gás das empresas intensivas em energia:
A) 160 M€ de apoio
B) Mais de 3000 empresas abrangidas
- Redução das tarifas elétricas para as empresas eletrointensivas
- Desconto de 30 cêntimos por litro nos combustíveis para o Setor Social
Ainda neste segundo eixo, o Governo dá os seguintes apoios à agricultura e pescas
- Isenção temporária do IVA dos fertilizantes e das rações
- Redução do ISP sobre o gasóleo colorido e marcado agrícola até ao final do ano:
A) Menos 3,432 cêntimos/litro
- Mobilização de 18,2 M € de recursos nacionais para mitigar custos acrescidos com a alimentação animal e fertilizantes
- Utilização dos saldos transitados do Fundo de Compensação Salarial do setor das pescas para apoiar os aumentos dos custos de produção
3º – Apoios às famílias
- Alargamento das medidas de apoio ao preço do cabaz alimentar (60€) a todas as famílias titulares de prestações sociais mínimas
- Alargamento das medidas de apoio à aquisição de botija de gás (10€) a todas as famílias titulares de prestações sociais mínimas
4º – Aceleração da transição energética
- Redução da taxa mínima do IVA dos equipamentos elétricos
- Agilização do licenciamento de painéis solares
- Simplificação dos procedimentos relativos à descarbonização da indústria
- Reforço de 46 M€ para instalação de painéis fotovoltaicos em 2022 e 2023 (agroindústria, exploração agrícola, aproveitamentos hidroagrícolas)
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