
O Banco Central do Brasil elevou a taxa básica de juros em um ponto percentual, para 13,25% ao ano, sendo este o quarto aumento consecutivo na tentativa de conter a inflação.
Este é o segundo aumento sucessivo de um ponto percentual nas taxas de juro, depois de o organismo emissor ter aumentado a taxa em 0,5 pontos percentuais em novembro e em mais 0,25 pontos percentuais em setembro.
É também a primeira decisão de política monetária tomada desde que a presidência do Banco Central foi assumida por Gabriel Galípolo, nomeado para o cargo pelo Presidente brasileiro, Lula da Silva, que votou a favor da subida da taxa de juro, apesar das pressões que o Governo exerceu sobre a anterior administração por esse motivo.
A subida da taxa de juro, que foi unânime, era esperada pelo mercado, uma vez que já tinha sido antecipada em dezembro pelo Banco Central, que também prevê outro aumento de um ponto em março, devido à inflação no Brasil e à depreciação do real face ao dólar.
O ambiente externo continua “desafiante”, sobretudo devido “à situação económica e à política económica nos EUA, que levanta mais dúvidas sobre o ritmo do abrandamento, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura da Fed”, lê-se no comunicado.
A inflação fechou 2024 em 4,83%, acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central (4,5%) e maior do que em 2023, quando o índice de preços atingiu 4,62%.
Nos últimos meses, a inflação foi alavancada pelo custo dos alimentos, efeito da crise climática vivida no ano passado no Brasil, com secas e enchentes severas que afetaram lavouras e pastagens, mas também foi influenciada pela alta do dólar.
Ao mesmo tempo, o real sofreu uma depreciação de 27,35% em relação ao dólar no ano passado, a pior desde 2020, quando a economia foi atingida pela pandemia de covid-19.
Apesar de, na última semana, o real se ter valorizado face ao dólar e ter regressado a valores que não se viam desde novembro, os especialistas estimam que a moeda brasileira volte a cair e que o dólar termine este ano a ser negociado em torno dos seis reais.
Neste contexto, os economistas esperam que a taxa de juro suba para 15% ao ano este ano, o que, a confirmar-se, seria a taxa mais elevada no Brasil desde abril de 2006, há quase duas décadas.
Acompanha toda a informação imobiliária e os relatórios de dados mais atuais nas nossas newsletters diária e semanal. Também podes acompanhar o mercado imobiliário de luxo com a nossa newsletter mensal de luxo.
Para poder comentar deves entrar na tua conta