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Trocado por miúdos: Como está a saúde das tuas finanças pessoais?
GTRES

Artigo escrito para o idealista/news, no âmbito da rubrica “Trocado por Miúdos”, por joao.raposo@reorganiza.pt, partner da Reorganiza.

De quanto em quanto tempo fazes um “check up” à tua saúde? Quando foi a última vez que fizeste análises? Provavelmente não foi assim há tanto tempo, pois o que é normal é cuidares da saúde e ao mínimo sintoma de que alguma coisa não está bem procuras logo um especialista. Ora, na temática das finanças pessoais também há sintomas e doenças que deves tomar atenção.

Principais sintomas de doença financeira:

1 – Atribuir as responsabilidades aos outros

É frequente ouvir que a culpa das dificuldades financeiras é dos governos, é da Troika, é do sistema bancário, entre muitos outros presumíveis culpados. Independentemente da verdade que possam ter essas afirmações não podes deixar de avaliar qual a tua responsabilidade. Quando apontamos o dedo aos outros esquecemo-nos que temos outros tantos dedos apontados a nós próprios. Este sintoma acaba por manifestar-se numa doença financeira muito comum que é achar que os problemas não se resolvem. Muitas vezes ouvimos que o tempo resolve tudo, quando na realidade muitas vezes o tempo agrava tudo. Não atacar os problemas de frente e na altura certa poderá vir a sair muito caro.

– Não saber identificar a causa das dificuldades financeiras

Procura responder à pergunta se as dificuldades financeiras pelas quais estás a passar são estruturais ou pontuais? Se a causa é identificável por uma situação pontual ou se não consegues perceber o que estás a fazer de errado? Esta resposta é urgente e se perceberes que as causas são estruturais é fundamental elaborares um diagnóstico profundo à tua vida financeira fazendo o útil orçamento familiar para começares a identificar e corrigires os desvios ao equilíbrio das tuas contas.

– Tratar os rendimentos variáveis como fixos

Este é um sintoma típico de quem recebe o seu vencimento por objetivos e tem o seu salário indexado a comissões. Há muitos pedidos para renegociação de créditos de clientes que assumiram responsabilidades de prestações que só seriam suportáveis caso continuassem a receber os variáveis que recebiam há quatro ou cinco anos. Infelizmente, muitos trabalhadores das áreas comerciais não têm cumprido os objetivos, ou mesmo que o tenham a empresa não está a poder distribuir comissões. Assim sendo, o rendimento mensal resume-se cada vez mais ao fixo. Este aspeto é muito importante, pois num orçamento deves ter bem diferenciado o que é fixo, e por definição podes contar todos os meses, e o que é variável que tens de canalizar para despesas necessárias, mas que não sejam essenciais.

– Não saber todas as dívidas que tens em teu nome

É caricato mas há pessoas que não sabem ao certo quantas dívidas têm. Isto pode acontecer porque muitas vezes não se lembram que as dívidas não são apenas o crédito habitação ou o crédito automóvel. Uma conta ordenado é uma dívida que está sujeita a juros, normalmente na ordem dos 17%, cartões de algumas lojas são cartões de crédito que permitem contrair uma dívida ao consumo junto da caixa de pagamento, ou ainda há pessoas que esquecem-se que as dívidas do cônjuge também estão à sua responsabilidade (no caso de serem casados e não ser no regime de separações de bens).

Para não seres apanhado de surpresa por alguma responsabilidade que tens em tem nome e não sabias procura consultar com frequência o Mapa de Responsabilidades de Crédito que podes retirar do sítio eletrónico do Banco de Portugal.  Para obteres o teu mapa deves ter contigo o NIF e a senha de acesso ao Portal das Finanças. Com estes elementos retiras um documento pdf onde podes verificar quais são as responsabilidades de crédito que estão reportadas em teu nome no Banco de Portugal. 

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