
A crise fez com que a generalidade dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) aumentasse os impostos sobre o rendimento. Portugal não foi exceção, sendo, de resto, um dos países que mais agravou as taxas máximas do IRS nos últimos anos (entre 2000 e 2015).
Em causa estão dados que constam no relatório de 2016 sobre reformas de política fiscal, divulgado esta quinta-feira (dia 22) pela OCDE. Segundo o mesmo, Portugal ocupa também um dos lugares cimeiros da tabela de países onde as taxas máximas deste imposto são mais elevadas.
De acordo com o Dinheiro Vivo, que se apoia no documento, as mudanças ao IRS operadas em 2013 explicam esta evolução. A partir desse ano, os rendimentos do último escalão (acima dos 80.000 euros anuais) passaram a estar sujeitos a uma taxa de 48% (na parte que exceda aquele valor), a uma sobretaxa de 3,5% e a uma taxa adicional de solidariedade de 2,5% – esta duplica quando os rendimentos excedem os 250.000 euros.
Na prática, no ano passado, mais de dez países da OCDE começou a aliviar a carga fiscal dos rendimentos do trabalho e a contar menos com a receita do IRS. Mas Portugal não acompanhou esta tendência, ainda que tenha criado um quociente familiar que acabou por se traduzir num reembolso mais generoso, este ano, para as famílias com filhos.
De forma efetiva, só este ano se começou a eliminar a sobretaxa do IRS (que se manteve inalterada para o escalão mais elevado). Apesar da tendência mais geral ser de descida, três países chegaram ao final do ano com um reforço da receita deste imposto: Áustria, Suécia e Republica Checa.
No caso do IRC, o estudo da OCDE conclui que o número de países que passou a contar menos com este imposto superou os que reforçaram orçamentos por esta via.
Sobre o IVA, Portugal baixou o imposto sobre a restauração em julho deste ano, mas aumentou a generalidade dos impostos que incidem sobre o consumo. E o mesmo já se tinha verificado em 2015.
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