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Maioria dos pedidos na CML já são de reabilitação (aumento de turistas aguça apetite por edifícios devolutos em Lisboa)
idealista/news

A reabilitação de edifícios está a ganhar um novo fôlego em Lisboa. O aumento generalizado da procura imobiliária nas áreas centrais da capital, o crescimento do número de turistas e a escassez de oferta qualificada, devido ao significativo número de imóveis devolutos têm conduzido a um valor cada vez maior de obras de reabilitação em detrimento de construção nova

Na Câmara Municipal de Lisboa, entre 2014 e 2015, as licenças de obra que deram entrada são, na sua maioria, intervenções em edificado já existente, segundo a consultora Worx. Em 2015, 35% do total das licenças emitidas corresponde às freguesias referentes a áreas históricas (Santo António, Santa Maria Maior e Misericórdia). 

As zonas históricas da cidade são, tal como diz a Worx em comunicado, o palco mais apetecível para projetos de reabilitação, devido à redução da oferta e à elevada procura, principalmente por investidores internacionais.

Cristina Cristóvão do departamento de Research e Consultancy da Worx explica que “a reabilitação será sempre um caminho acertado para manter as linhas clássicas nas zonas históricas da cidade". No entanto, tal como frisa a responsável, "a construção nova em alguns casos é necessária pelos altos índices e especificidade da procura, sendo o caso mais evidente o setor de escritórios e o de retalho.”

Depois dos escritórios, reabilitação chega à habitação e turismo

Contrariando a tendência do período pré-crise, em que o foco era a reabilitação para escritórios, atualmente verifica-se que na grande maioria dos casos, a reabilitação passa pela reconversão de usos, maioritariamente para habitação e/ou turismo.

No entanto, de acordo com a empresa, a dimensão reduzida da oferta imobiliária obriga a uma exaustiva prospeção de ativos aptos para reabilitar.

15% de edifícios devolutos no eixo do Saldanha-Av-Liberdade

A Worx realizou um levantamento exaustivo da Zona 1 (Eixo Avenida da Liberdade / Fontes Pereira de Melo até ao Saldanha). Esta zona contempla mais de 450 edifícios, dos quais 15% encontram-se em mau estado de conservação e cerca de 10% estão devolutos.

Trata-se de uma zona com uma forte concentração de edifícios de escritórios, em que apenas 23% dos mais de 450 edifícios analisados foram construídos para habitação. De ressalvar ainda que dos cerca de 600 mil m² de área de escritórios identificados, cerca de 85.000 m² se encontram por ocupar, sendo que muitos não reúnem ainda as condições necessárias para acolher a procura cada vez mais exigente.

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