Os investidores “oportunísticos” vão perder relevância no setor imobiliário e ser substituídos pelo poder financeiro dos investidores institucionais, sendo que os preços das casas vão continuar a subir. Esta é uma das conclusões do estudo Portuguese Real Estate Investment Survey, relativo ao primeiro trimestre do ano, realizado pela Deloitte.
Segundo o ECO, que se apoia no relatório, aqueles que investe em imóveis guiados pelo preço baixo, devem ser sucedidos por investidores core, mais seletivos e com maior capacidade de investimento. Relativamente aos preços dos imóveis, o estudo prevê que continuem a subir.
“O contexto gerado pela crise económica em Portugal revelou-se favorável ao investimento imobiliário para os fundos ‘oportunísticos’, que vivem das oportunidades do pós-crise e da especulação que promovem. Contudo, e à medida que os ativos vão valorizando, assistimos a uma inversão do processo, isto é, ao aparecimento dos investidores institucionais, com mais capital para investir e, logo, para suportar preços mais elevados, e à saída dos ‘fundos abutres’”, explicou Jorge Marrão, partner e líder do setor de Real Estate da Deloitte.
O estudo concluiu ainda que os fundos de fundos e os bancos (ambos com 52%) serão os principais financiadores do investimento em 2018. A origem do financiamento será maioritariamente europeia (81%) e norte-americana (48%), sendo que a Ásia e o Médio Oriente representarão 43%.
“Há um crescente interesse dos fundos americanos pelo mercado imobiliário europeu. É expetável que, face ao aumento das taxas de rentabilidade destes ativos, Portugal possa ser visto como um destino desse investimento. A valorização do património imobiliário poderá ter, contudo, consequências para as famílias portuguesas que queiram adquirir habitação”, referiu Jorge Marrão.
De referir que os principais agentes do setor inquiridos no estudo consideram que a burocracia, a política fiscal e a situação política do país terão um impacto negativo no mercado imobiliário nos próximos três meses. Já a procura, a oferta, o investimento estrangeiro e a entrada de novos “players” são encaradas como variáveis positivas para o setor.
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