CEO da TAP revela que está a avaliar a melhor forma de rentabilizar as instalações que a companhia aérea vai deixar.
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Reduto da TAP
Vista aérea dos edifícios e terrenos da TAP junto ao aeroporto. TAP

A TAP, apesar da onda de contestações por parte dos sindicatos, vai mesmo mudar de instalações, devendo trocar o aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, pelo Parque da Nações. Tendo esta decisão já tomada, a companhia aérea está agora a estudar a melhor forma de rentabilizar o espaço que se prepara para abandonar: um conjunto de edifícios e terrenos, com uma área de 23 hectares, numa zona privilegiada da capital, onde há falta de oferta de habitação. Vender estes ativos ou desenvolver um projeto imobiliário são as opções em cima da mesa para o chamado Reduto TAP.

“Teremos de tentar monetizar o máximo possível. Temos de ver quais são as opções. Monetizar pode ser vender, pode ser desenvolver um projeto imobiliário“, disse Christine Ourmiéres-Widener, em entrevista ao ECO.

O último relatório e contas anual da TAP indica um valor líquido de 105,74 milhões no final de dezembro de 2021, repartido entre 41,13 milhões para os terrenos e 64,61 milhões para os edifícios. Mas a gestora está convencida que “o valor vai aumentar de forma exponencial no dia em que as pessoas acreditarem que vamos mesmo mudar”.

Sem avançar com mais detalhes, Christine Ourmiéres-Widener disse que o destino a dar aos edifícios e terrenos “é um trabalho para a equipa financeira, para o acionista”, frisando que “terá de ser o conselho de administração a tomar uma decisão“.

CEO da TAP
Christine Ourmiéres-Widener, CEO da TAP. idealista

Segundo o relatório e contas da TAP, citado pelo jornal, os 29 edifícios e terrenos circundantes servem atualmente de garantia a dois empréstimos, um de 75 milhões de euros e outro de 25 milhões, sendo que, no final de dezembro, o montante relativo aos dois contratos mútuos ascendia a aproximadamente 92,5 milhões de euros.

TAP troca instalações no Aeroporto Humberto Delgado por Parque das Nações

A decisão final da futura localização será confirmada em setembro, mas tudo indica que a companhia aérea vai mesmo para as atuais instalações dos CTT no Parque das Nações, um edifício de 16 pisos, com cerca de 15 mil metros quadrados, que foi construído em 2010 pela Mota-Engil e vendido em 2013 ao fundo alemão Deka Immobilien por 43 milhões de euro. A mudança da TAP para o Edifício Báltico não incluirá, no entanto, os hangares e edifícios afetos à manutenção de aeronaves.

A administração da TAP quer deixar as instalações ao lado do aeroporto de Lisboa, para uns escritórios arrendados, devido à degradação dos edifícios. “Para ficarmos nestas instalações teríamos de investir, por razões de segurança”, argumenta a CEO. Segundo cálculos transmitidos na altura à CT, as obras rondariam os 40 a 50 milhões de euros.

E Christine Ourmiéres-Widener aponta outros motivos: “Há prioridades de mudança cultural, trabalharmos juntos, estarmos apenas num edifício em vez de em cinco. Há também benefícios financeiros, com poupanças no investimento e despesas operacionais”.

A TAP, tal como recorda o ECO, mudou-se para as atuais instalações em junho de 1971 (há uma reportagem da RTP sobre a inauguração), em regime de licenciamento. Só em 1989 os terrenos e edifícios passaram a fazer parte do património da empresa, através de um Decreto-lei aprovado pelo Governo de Cavaco Silva, que os desafetou do domínio público aeroportuário.

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