É preciso intensificar a oferta de acomodação sénior para garantir o bem-estar e a qualidade de vida da população, conclui a C&W.
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Há falta de oferta de residências seniores em Portugal
Cushman & Wakefield

Portugal, em conjunto com países como Itália, ou Espanha, tem de intensificar a oferta de acomodação sénior para garantir o bem-estar e a qualidade de vida da população envelhecida. Esta é uma das conclusões a retirar do estudo Marketbeat Nursing Homes in Europe – 2022, realizado pela Cushman & Wakefield (C&W), segundo o qual há em Portugal, atualmente, apenas 102.300 camas, distribuídas por 2.540 lares/residências seniores (públicos, sem fins lucrativos e particulares). 

“Os resultados espelham o envelhecimento dos países europeus e coloca países, como Portugal, com falta de meios para dar conta do acelerado envelhecimento da sua população”, refere a consultora em comunicado. 

De acordo com a C&W, 6% dos europeus têm, em média, mais de 80 anos, sendo que Portugal se encontra acima dessa média – com 700 mil pessoas nessa faixa etária (6.6%). Um número, de resto, que tenda a aumentar consideravelmente nos próximos anos: as estimativas da consultora apontam para que haja no país 12,7% de pessoas com 80 anos em 2050. 

“Apesar da maioria do mercado ainda ser dominado por instituições sem fins lucrativos, o privado já é responsável por 27% das camas disponíveis para acomodação dos idosos, e a tendência é que o investimento internacional comece a ganhar mais peso nas residências seniores nacionais - com as ‘prime yields’ para imóveis ligados ao setor da saúde a serem estimados em cerca de 5% em 2021, enquanto os escritórios e retalho atingiram cerca de 3,75% e 4,25%, respetivamente”, lê-se na nota enviada às redações. 

Investimento em residências seniores vai aumentar em Portugal
Foto de Matthias Zomer on Pexels

Há falta de oferta de residências seniores em Portugal

De acordo com a consultora, os quatro maiores operadores privados em Portugal deste mercado – grupo Residências Montepio, Orpea, Naturidade e Domus VI – gerem um total de 2.440 camas, divididas por 28 unidades de residências seniores.

Citado no documento, Ricardo Reis, Diretor do departamento de Avaliação & Advisory da C&W Portugal, considera que é evidente que há “falta de oferta” em Portugal direcionada para este nicho de mercado. “Acreditamos que iremos verificar um aumento do investimento privado na área, sendo esta perspetiva facilmente verificada pelos valores mais recentes: o volume de investimento em imóveis ligados ao setor da saúde, em Portugal, duplicou de 125 milhões de euros em 2020, para cerca de 250 milhões de euros, em 2021”, comenta. 

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