Maior e mais importante feira do setor realiza-se em março. Stand da região de Lisboa terá 100 m2 e está numa “zona estratégica”.
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Lisboa quer atrair investidores imobiliários no MIPIM 2023
Foto de Helio Dilolwa on Pexels

O MIPIM 2023 está aí à porta, realiza-se de 14 a 17 de março em Cannes (França), e Portugal já está a preparar-se para atrair investidores naquela que é considerada a maior e mais importante feira imobiliária do mundo. “A fasquia está elevada”, devido ao sucesso da edição do ano passado, revela ao idealista/news Diogo Ivo Cruz, diretor de projetos da InvestLisboa, responsável pela presença do stand da região de Lisboa na feira. Espaço promocional esse que se encontra no mesmo local do ano passado, considerado “estratégico” por Albert Castro Doménech, representante do MIPIM, mas que será maior. “Terá seguramente a mesma área do ano passado, mas temos a ambição que possa chegar aos 100 metros quadrados (m2)”, acrescenta o responsável da InvestLisboa. 

Diogo Ivo Cruz e Albert Castro Doménech falavam com o idealista/news à margem do evento Meet Up Lisboa, que decorreu na capital no dia 12 de janeiro de 2023 com o objetivo de divulgar o MIPIM 2023, nomeadamente o stand da região de Lisboa. Otimismo é palavra de ordem, apesar do contexto atual que se vive, marcado por uma alta taxa de inflação e subidas das taxas de juro.

O responsável pela presença do stand da região de Lisboa no evento antecipa que, a dois meses da abertura de portas do MIPIM ao público, está confirmada a presença de oito parceiros: 

  • Contacto Atlantico;
  • VIC Properties;
  • Capinha Lopes;
  • Krest;
  • Santa Casa de Misericórdia de Lisboa;
  • Bergamout;
  • EMGI;
  • CCA Law;
  • Miriad (uma proptech).

Diogo Ivo Cruz tem a expectativa, no entanto, de contar com a presença de mais nove parceiros no stand da região de Lisboa. Relativamente à participação de municípios, adianta que, além do de Lisboa, há mais dois ou três, pelo menos, que devem estar presentes: “Acredito que teremos quatro ou cinco municípios este ano”. 

Sobre a localização do stand da região de Lisboa, que é a mesma da edição de 2022, Albert Castro Doménech é perentório: “É muito, muito boa. É a porta de entrada na zona Road to Zero, um local estratégico dedicado à sustentabilidade é à importância da descarbonização. Lisboa tem, sem dúvida, um stand muito aberto e muito acolhedor. É muito bom estar naquele sítio”. 

Região de Lisboa estará presente na edição de 2023 do MIPIM
Assim será o stand da região de Lisboa no MIPIM 2023 Crédito: InvestLisboa

MIPIM 2023 decorre em tempo de inflação alta. E agora?

Quando questionado sobre este tema, Diogo Ivo Cruz solta um “veremos”. “O que vejo da experiência do passado, e vamos [InvestLisboa] ao MIPIM desde 2013, é que a participação nestas feiras, sobretudo a promoção do território, é fundamental”, acrescenta.

Uma opinião partilhada por Albert Castro Doménech, que acredita, no entanto, que os investidores imobiliários estarão a ter uma postura mais cautelosa na hora de tomar decisões, porque os planos de investimento alteraram-se. “Talvez possa haver negócios mais oportunistas a surgir”, salienta. 

Portugal continua no radar dos investidores?

“Sim, e isso é essencialmente positivo”, responde Diogo Ivo Cruz. “Haver investidores interessados no imobiliário nacional é um problema bom de ter, é sempre positivo. Nesta fase, o grande desafio dos promotores não é arranjar investidores ou investimento, porque há investidores suficientes, mas sim arranjar projetos de qualidade para esses investidores. Atualmente, não são os promotores a lutar por projetos, são os investidores que lutam por projetos”, acrescenta. 

"Portugal é um dos países estrela na Europa. (...) Não tenho qualquer dúvida de que Portugal continua na mira. Procuram-se opções com maior rentabilidade e Portugal está na lista. E mais: a situação geoestratégica é um fator chave, o facto de estar numa ponta do continente, na zona oeste, o mais longe possível dos conflitos do leste. Para investidores e empresas, a segurança de estar na zona ocidental é muito importante”
Albert Castro Doménech, representante do MIPIM

Albert Castro Doménech vai mais longe nos elogios a Portugal, sublinhando que é “um dos países estrela na Europa”, onde a rentabilidade que se pode obter com os ativos imobiliários “é muito superior” quando comparada com outros países. “Não tenho qualquer dúvida de que Portugal continua na mira. Procuram-se opções com maior rentabilidade e Portugal está na lista. E mais: a situação geoestratégica é um fator chave, o facto de estar numa ponta do continente, na zona oeste, o mais longe possível dos conflitos do leste. Para investidores e empresas, a segurança de estar na zona ocidental é muito importante”, remata. 

Lisboa e Portugal à caça de investidores imobiliários no MIPIM 2023
Assim foi a edição de 2022 do MIPIM Crédito: © S. d'HALLOY / IMAGE&CO

“MIPIM é o local onde o capital encontra os investidores”

Hugo Santos Ferreira, Presidente da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII), foi uma das personalidades do setor que participou no Meet Up Lisboa. Numa das suas intervenções, enaltece a importância de marcar presença no MIPIM, considerando que o certame é o “ponto de encontro por excelência do mercado mundial do setor imobiliário”. “Quem vai ao MIPIM está no mundo imobiliário. Não ir ao MIPIM, para quem trabalha com investidores internacionais, pode ser um pouco perigoso”, comenta. 

"Uma em cada quatro pessoas que vai ao MIPIM é um investidor final"
Diogo Ivo Cruz, diretor de projetos da InvestLisboa

Para o líder da APPII, Portugal continua a precisar de atrair capital, até porque “o setor imobiliário vive, hoje em dia, com investimento internacional”. “Portugal não abunda em riqueza e temos de ir buscar esse capital lá fora”, frisa. 

A afirmação de Albert Castro Doménech sobre este tema é ainda mais esclarecedora: “O MIPIM é o local onde o dinheiro, o capital, encontra os investidores”. Trata-se de um evento que contará com a presença de 25.000 pessoas, sendo que “25% dos participantes são investidores”. “Isto é, para mim, um fator chave”, afirma. 

Digo Ivo Cruz, na sua apresentação, também dá destaque a esse indicador, afirmando tratar-se de um dado relevante. “Significa que uma em cada quatro pessoas que vai ao MIPIM é um investidor final”, conclui.

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