Montante transacionado totalizou 625 milhões. Com exceção de 2020, é o 1º trimestre de um ano com o maior nível de atividade desde 2018.
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Investimento em Imobiliário comercial em Portugal em alta
JLL

O investimento em imobiliário comercial apresentou uma franca recuperação no primeiro trimestre deste ano, tendo o montante investido quase triplicado face ao mesmo período do ano passado: totalizou 625 milhões de euros transacionados, contra 234 milhões de euros nos primeiros três meses de 2024 (+167%). Em causa estão dados que constam no research trimestral da JLL “Market Dynamics”, que acompanha a atividade de investimento, ocupação e transação do mercado imobiliário nos segmentos comerciais e residencial. 

Com exceção de 2020, este é o primeiro trimestre de um ano com o maior nível de atividade dos últimos sete anos, conclui a JLL, destacando que o segmento de retalho foi responsável por 57% do montante investido. Os hotéis captaram 25% do investimento, os escritórios 14% e os ativos de industrial e logística apenas 4%. De referir ainda que os investidores nacionais geraram 40% do capital transacionado, um registo bastante mais expressivo face ao habitual, cerca de 20%. 

“O impulso no investimento imobiliário é uma excelente notícia para o mercado e o país, confirmando que Portugal se mantém no radar do capital internacional, enquanto regista uma dinâmica especial por parte dos investidores domésticos. Excetuando o primeiro trimestre de 2020, em que a atividade dos primeiros três meses atingiu uns excecionais 1.454 milhões de euros, é preciso recuar a 2018 para encontrar um início de ano mais robusto, o que abre boas perspetivas para o restante do ano”, comenta Andreia Almeida, Head of Research da JLL Portugal, citada em comunicado. 

"Excetuando o primeiro trimestre de 2020, em que a atividade dos primeiros três meses atingiu uns excecionais 1.454 milhões de euros, é preciso recuar a 2018 para encontrar um início de ano mais robusto, o que abre boas perspetivas para o restante do ano"
Andreia Almeida, Head of Research da JLL Portugal

Segundo a responsável, “o mercado de investimento beneficiou da melhoria das condições macroeconómicas e prudenciais globais, associadas ao bom desempenho da economia portuguesa, com um crescimento do PIB acima da média da zona Euro e um baixo nível de desemprego”. 

“Outros fatores de atratividade são os bons indicadores operacionais do setor, com baixas taxas de desocupação e tendência de crescimento das rendas. Isto significa também que, para já, o impacto das incertezas geopolíticas internacionais e a instabilidade política no país, com a realização de eleições, foi relativamente contido em termos do mercado imobiliário”, acrescenta. 

O que esperar dos próximos meses no imobiliário comercial?

Em termos de perspetivas para os próximos meses, Andreia Almeida antecipa que “o mercado imobiliário vai beneficiar da possível estabilização do quadro político, com a tomada de posse do novo Governo”. 

“Por outro lado, as condições macroeconómicas devem manter-se na mesma linha, com a continuidade da política de corte nas taxas de juro e controlo de inflação. Por isso, embora tenhamos de ter em conta o potencial efeito do fim da moratória nas tarifas impostas pelos EUA, o investimento tem condições para manter uma trajetória positiva, até porque, em momentos de maior volatilidade, os ativos reais como o imobiliário são naturalmente ativos de refúgio”, sustenta.

Preços das casas em Portugal
Foto de Louis Droege na Unsplash

“Preços a subir na habitação”

No caso concreto da habitação, a especialista não prevê que haja “alterações de fundo na relação da procura e da oferta”. “Ou seja, nem se espera que a procura vá abrandar nem que a oferta vá disparar num curto-prazo, pelo que vamos continuar a ter de lidar com um mercado com preços a subir”, analisa Andreia Almeida.

Ainda sobre o mercado residencial, o relatório da JLL assinala que continua a atingir novos patamares de preço e a dar continuidade à retoma das vendas. “No início do ano, os preços das casas em Portugal registaram um dos crescimentos trimestrais mais acentuados em quase 20 anos, de 6,6%, impulsionado pelo estímulo da procura num contexto de escassez de oferta e redução das taxas de juro”, explica a JLL na nota. 

Ideais a reter relacionadas com o segmento residencial:

  • Os preços das casas acentuaram o crescimento, com uma variação trimestral de 6,6% e homóloga de 15,8%: é a maior subida trimestral desde 2007;
  • As vendas continuam a recuperar, com cerca de 41.000 casas transacionadas no trimestre, recuperação que beneficiou de um contexto de nova redução nas taxas de juro;
  • Em Lisboa, os preços cresceram 5,9% no primeiro trimestre face ao trimestre anterior, com um preço médio de venda que supera os 5.000 euros por metro quadrado (m2);
  • No Porto, o aumento trimestral dos preços foi de 6,4%, com um preço médio de venda na ordem dos 3.600 euros por m2;
  • A subida de preços reflete a combinação de baixos níveis de oferta, uma procura excecionalmente elevada e uma promoção que tem estado mais focada no segmento prime;
  • Há, contudo, uma aceleração na atividade de promoção, com aumento nos pedidos de licenciamento e uma maior aposta na construção nova.

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