Subida das taxas de juro está a gerar constrangimentos nas atividades imobiliária e a contribuir para aumento do desemprego no setor.
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Lusa
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Quase dois terços dos novos desempregados inscritos em julho nos centros de emprego do continente são oriundos das atividades imobiliárias, um dos setores mais afetados pelas alterações à política monetária que se refletem no mercado da habitação.

O número de pessoas desempregadas à procura de novo emprego no continente totalizou 245.864 em julho, um aumento em 9.775 face ao mesmo mês do ano anterior e em 6.345 comparando com junho, segundo os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) divulgados esta semana.

O setor das atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio registou uma subida em 5.932 de novos desempregados inscritos em termos homólogos no continente, o que representa quase dois terços (60,7%) do aumento global.

Também face a junho houve um acréscimo de 1.916 no número de desempregados inscritos no continente no setor imobiliário.

O que explica o aumento do desemprego no imobiliário?

"Há alguns setores que estão mais vulneráveis aos impactos das alterações à política monetária, nomeadamente as atividades imobiliárias, devido ao aumento dos juros, que se refletem no mercado da habitação", disse à Lusa Paulo Marques, professor do Departamento de Economia Política do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa e coordenador do Observatório do Emprego Jovem.

Segundo referiu o economista, os dados do desemprego registado no continente revelam "um peso grande deste setor, muito afetado pelo atual contexto, nomeadamente as pessoas que trabalham nas agências imobiliárias".

O setor imobiliário cresceu muito em Portugal desde 2016, mas agora, "com a dificuldade no mercado interno de acesso ao crédito habitação, está a ser bastante afetado", acrescentou Paulo Marques.

De acordo com os dados do IEFP, o número de desempregados inscritos no total do país (continente e regiões autónomas) aumentou em 2,5% em termos homólogos e em 2,4% face ao mês anterior, para 284.330.

Trata-se da primeira subida desde janeiro.

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